Acordos de Oslo Vs Estado da Palestina: Um Desperdício de Tempo

Hamas & Fatah Unidos (Fonte: Google Imagens)

É oficial: o Governo Palestiniano é uma Organização Terrorista Híbrida.

"Eu declaro ao mundo inteiro, em nome do Presidente Abu Mazen e em nome do comité executivo ([da OLP], que o movimento do Hamas é um movimento palestiniano, e que não foi e não será uma organização terrorista." -- Saeb Erekat

A União Europeia e os Estados Unidos consideram o Hamas uma organização terrorista (ver a Lista FTO e a Posição Comum da UE 2013/395/CFSP) e estas são duas entidades que deram milhares de milhões de dólares à Palestina. Talvez Saeb Erekat esteja finalmente a confessar que a Fatah tem partilhado parte desses fundos com o Hamas...
(Um aparte: só no período de 2008-2012, a UE enviou €2.5 mil milhões dos contribuintes para a "Palestina" [e estamos a falar do auge da crise financeira europeia]. Recentemente o Tribunal de Contas Europeu reportou que esses fundos foram ou "esbanjados, perdidos para a corrupção ou mal gastos". Diz-se que os EUA enviam-lhes $500 milhões anualmente e, dever-se-ia partir do princípio que esses fundos tiveram o mesmo destino que os da europa)

A Autoridade Palestiniana Morreu
No dia 29 de Novembro de 2012, a Assembleia Geral da ONU reconheceu o estado da Palestina. Este facto remete-nos para o artigo de David Singer no qual ele lembra ao mundo que a Autoridade Palestiniana (AP) está na verdade morta:

"Os documentos, selos, assinaturas e cabeçalhos oficiais das instituições oficiais e nacionais da Autoridade Nacional Palestiniana serão corrigidas através da substituição do nome 'Autoridade Nacional Palestiniana', sempre que apareça, pelo nome 'Estado da Palestina' e pela adopção do emblema do Estado da Palestina." - Decreto nº1 palestiniano para o ano de 2013, assinado pelo presidente Abbas.

Muitos disseram que se a AP se desfizesse seria mau para Israel, mas a verdade é que a AP já foi extinta e a situação de Israel não piorou por isso (ironicamente, a sua situação piorou quando, no verão de 2013, regressou à mesa das negociações para a Paz com o Estado da Palestina baseado numa Declaração de Princípios cujo do prazo de validade expirou)

Acordos Fora de Prazo de Validade
Os Acordos de Oslo foram um acordo que deveria ter sido respeitado dentro de um período interino (de 5 anos) - "O período de transição de cinco anos começará após a retirada da Faixa de Gaza e a área de Jericó." (Artigo V[1])
Jericó tem estado sob controle palestiniano desde 1994; e Israel retirou-se da Faixa de Gaza em 2005, obedecendo deste modo à resolução 242 da ONU que pedia "a retirada das forças Israelitas de territórios ocupados no recente conflito" querendo isto dizer que desde então Gaza é o Estado Palestiniano de facto.
Se pudéssemos presumir que o Artigo V dos acordos de Oslo foram somente cumpridos em 2005 (com a retirada de Gaza) então poder-se-ia partir do princípio que os acordos expiraram em 2010, quando ao "terceiro ano do período interino" a AP rejeitou uma oferta generosa de um estado de juris.

"Os dois partidos consideram a Cisjordânia e a Faixa de Gaza como uma unidade territorial singular, cuja integridade será preservada durante o período interino." Artigo IV - isto poderá significar que findo o período interino, ceteris paribus, a "Cisjordânia" [um termo ilegal] e a Faixa de Gaza poderiam não ser mais vistos como uma unidade territorial singular; querendo isto dizer que uma vez cumprida a Resolução 242, por parte de Israel, o lado palestiniano não poderia reclamar a Samaria & Judeia para si.

O Relatório de Levy Muda Tudo
A Lei Internacional serve de suporte ao argumento de que a Samaria & Judeia são territórios disputados (até que se atinja um estatuto final) e que Israel não é uma potência ocupadora, como explica o relatório de Levy. Devido a este facto, não só são os Acordos de Oslo presentemente fictícios como também o Artigo 49(6) da Quarta Convenção de Genebra não se aplica a Israel no que toca aos territórios disputados (logo, qualquer vantagem que o "Estado da Palestina" acha que possui foi anulada).

Os líderes do Ocidente sabem bem o acima disposto. O governo Israelita sabe-o muito bem. Os líderes árabes sabem-no extremamente bem. Daí o tango diplomático que temos vindo a assistir há anos.
A verdade, contudo, é que todos eles sucessivamente têm usado o Conflito Árabo-Israelita como passe para obter vantagens estratégicas:

Ocidente: precisou de pretróleo árabe para se desenvolver e desenvolver tecnologia para novas energias (com o know-how israelita) afim de atingir a independência energética.
Israel: precisou de desenvolver as suas indústrias militares e tecnológicas, até reunir as condições apropriadas para construir o seu caso.
Árabes: precisavam de um assunto para fazer chantagem com o Ocidente de modo a levá-lo a comprar o seu petróleo e a permitir-lhes que se infiltrassem nos seus países.

Todos os lado beneficiaram dos despojos do conflito Árabo-Israelita; mas a questão agora é a seguinte: não estará na hora de escrever uma nova página na História?


Comentários

  1. Sinto que vem aí uma guerra, mais uma para a colecção!

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    1. Olá Carla :D!

      Depende das prioridades do Hamas neste momento. Mas se formos pela conversa da Fatah (publicada hoje, em que um oficial diz que a solução de dois-estados está morta e que a Fatah vai voltar ao combate armado) tudo indica que a moderação palestiniana se tenha esvanecido e que a guerra, mais uma, seja uma possibilidade.

      Carla, muito obrigada pelo seu comentário :D.

      Um abraço

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  2. Desconfio desta união; acho que a Fatá só está a dizer-nos a todos que é moderada uma ova! Oremos irmãos para que os infiéis sejam derrotados e que Jerusalém seja reconhecida como a capital de Israel pelo mundo inteiro! Amén!

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    1. Olá Maria Jô :D!

      Concordo. Esse é um desafio por ora, mas penso que seja um objectivo que será atingido.

      Maria Jô, muito obrigada pelo seu comentário :D.

      Um abraço

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