O Plano Greenblatt para a Paz: O Anátema


Há notícias vagas acerca de um alegado plano de paz desenhado pela administração Trump. O arquitecto desse plano é Jason Greenblatt que conta com o descontentamento de todas as partes (Nota: Sr. Greenblatt, “as partes” são o menor das suas preocupações; o senhor deveria mas é preocupar-se com o Rei do Juízo).

Um Plano para Testar as Águas

Toda a gente fala do plano de paz Greenblatt ainda que não haja detalhes do mesmo. Por isso, do que estão a falar exactamente? A promoção de um plano incompleto sugere que as águas estão a ser testadas para observar e analisar o estado de espírito envolvidos no conflito. Estão a atirar conceitos para a parede para ver o que cola e, até agora, só houve um que colou: a criação de uma Confederação Jordana-Palestiniana-Israelita. Mas como é que esta confederação iria funcionar, ninguém explica em termos concretos; no entanto a Jordânia já rejeitou a noção, enquanto que o Abbas sugeriu estar interessado se Israel estiver – o quê?

Definição de Confederação

  1. Uma organização composta por diferentes grupos de pessoas a trabalharem em conjunto por razões políticas.
  2. Um grupo de pessoas que juntas trabalham por razões políticas e económicas. 

Alguns dizem que a intenção é fazer com que a Jordânia incorpore a Samaria e a Judeia no seu Reino e conceda a cidadania a todos os árabes a viver naquela área. Outros dizem que o objectivo é fazer com que a Jordânia incorpore as áreas controladas pela Autoridade Palestiniana (na Samaria e Judeia) permitindo assim que Israel fique com os colonatos judaicos. E ainda há quem diga que o propósito é conceder à Autoridade Palestiniana 11% do território concedido aos árabes sob o Plano de Partição de 1947, com a Jordânia a comandar as operações e Israel a controlar as fronteiras e o espaço aéreo. De novo, o quê?

Então o que temos até agora? Nada, a não ser especulação. E o que é triste é que o Presidente Rivlin veio a público dizer que “a confederação com os Palestinianos seria uma enorme oportunidade para a paz” – ou ele tem mais detalhes que o público ou então ele fez um comentário baseado em nada. Para além do mais, quantas vezes ouvimos nós esse argumento (“oportunidade para a paz”)?

  • O plano de partição foi uma boa oportunidade para a paz com os árabes – não funcionou
  • Conceder o controle do Monte do Templo aos árabes (à Waqf) foi uma boa oportunidade para a paz – não funcionou
  • Desistir da Península do Sinai para a dar ao Egipto foi uma grande oportunidade para a paz com os árabes – pois sim...
  • Os Acordos de Oslo foram uma boa oportunidade para a paz – 1ª e 2ª intifadas e numerosos ataques terroristas
  • O Plano de Retirada Unilateral de 2005 (i.e. a retirada de Gaza) foi uma razoável oportunidade para a paz – pois só deu azo à guerra do Líbano de 2006, à Operação Chumbo Fundido (2008-09), Operação Pilar de Defesa (2012), Operação Margem Protectora (2014), e às intifadas de Carro e Faca (desde 2015 até agora). 

Com todo o devido respeito, o Presidente Rivlin deveria aprender que ele não tem de comentar tudo o que venha no menú político do dia. Para além do mais, será que existe um manual que instrua os presidentes israelitas a apaziguar os estrangeiros e a militar contra o Povo Judeu? É porque me lembro muito bem do Reuven Rivlin, o membro do Partido Likud...

O Verdadeiro Plano

“E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
‘Dá ordem aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrarem na Terra de Canaan, esta há-de ser a terra que vos cairá em herança: A banda do sul vos será desde o deserto de Zin até aos termos de Edom. Acerca do termo do ocidente, o mar grande vos será por termo, este será o termo do ocidente. E este vos será o termo do norte: desde o mar grande, marcareis até ao monte de Hor. E por termo da banda do oriente, marcareis de Azar-Enan a Sefam; e o termo descerá ao longo do Jordão; e as suas saídas serão do mar salgado: esta vos será a terra, segundo os seus termos em roda.’” (Números 34)

Isto é o que se vai passar: Israel estará disposto a negociar com o Egipto e a Jordânia o seguinte,

  1. O Egipto absorve os árabes em Gaza
  2. A Jordânia absorve os árabes na Samaria e Judeia
  3. Israel aceita pagar uma compensação à famílias árabes, na Palestina, e ajuda os países a integrar os seus irmãos – i.e. os cidadãos árabes que não sejam leais ao Estado Judaico e que não queiram viver sob a soberania israelita. 

Jason Greenblatt disse “A paz só pode ser bem sucedida se for baseada na realidade” mas qual é a realidade? É que na verdade a realidade é a seguinte:

  • Aqueles árabes na Palestina vieram de países árabes à volta de Israel para trabalhar para os primeiros retornados judaicos
  • Aqueles árabes na Palestina não falam uma língua específica que não seja falada em mais lado nenhum (eles falam arábico); eles não têm uma cultura específica que não seja aceite em mais lado algum; eles são muçulmanos tal qual o resto do Mundo Árabe (composto por 22 países). 
  • Só há um Estado Judaico no mundo inteiro, só há um lugar no mundo onde o Hebraico é falado, só há um sítio onde os Judeus podem ser livres e sentir-se em Casa. 

Assim que admitirmos esta realidade e encontrarmos uma maneira de a transmitir aos nossos homólogos árabes, teremos paz. Para além do mais, ainda que os EUA sejam o melhor aliado que um Estado possa ter, não cabe à América (nem a nenhum outro país) apresentar Planos de Paz ao Médio Oriente – já se fez isso tudo e nada resultou. Nas palavras do Presidente Trump:

“Seria uma tolice presumir que a repetição da mesmíssima fórmula iria agora produzir um resultado diferente ou melhor.”

Neste caso, a imposição de Acordos, ou planos, de Paz externos é uma velha fórmula que jamais produzirá resultados positivos. Por isso, agora cabe a Israel e aos seu homólogos Árabes apresentarem uma Solução realista. Levará o seu tempo? Sim, claro; mas ao menos essa solução será final e duradoira. Isto é um assunto para o Médio Oriente. Esta é uma nova Fase na História da Humanidade.

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