Dignidade: Pres. Dilma Deveria Admitir que Falhou & Aceitar o Seu Destino


Tem sido francamente triste seguir a crise política que assola o Brasil. Não só foi exposta a corrupção da maioria dos políticos do país, mas também foi revelada a falta de dignidade de Dilma Rousseff. Esta nação sul americana busca, mais uma vez, a destituição de um presidente, só que desta vez o processo está a ser mais amargo, mais divisionista, mais demagogo e mais insidioso.

Os Sinais foram Claros

A presidente Dilma, a primeira mulher brasileira a chegar ao cargo, está a passar por um processo de destituição por ter camuflado o tamanho do défice de modo a ser reeleita. Ela e o seu partido (o PT) induziram os seus apoiantes a repetirem o mantra do “golpe de estado” e “tomada de poder ilegítima”, mas a verdade é que há muito que se adivinhava este resultado:

  1. A presidente Dilma agiu como a marioneta do ex-presidente Lula. Jamais emitiu uma opinião que fosse sua, sem invocar o “seu querido Presidente Lula”, ela nunca controlou o seu governo nem o seu partido; na verdade, não controlou coisa alguma. Ao invés de estancar o fluxo da corrupção que inundava o seu partido, ela simplesmente permitiu que a festa continuasse. 
  2. A Presidente Dilma é uma demagoga profissional. Se a direita a critica, ela invoca a ditadura militar que a prendeu e “torturou”. Se a direita questiona a sua capacidade para liderar, ela joga a 'dama de copas' (algo como “estou a ser perseguida porque sou mulher, porque sou a primeira mulher a ser presidente e eles não aguentam, não neste país machista”). Se a direita a acusa de negligenciar os assuntos do Estado, ela disfarça mencionando as minorias (sendo a sua máxima obsessão os negros do Brasil). 
  3. A política externa da Presidente Dilma é uma piada e a sua equipa não sabe escolher os amigos internacionais nem quais as batalhas a evitar (e.g. Dani Dayan). 
  4. A Presidente Dilma, tal como a ex-presidente Cristina Fernandez de Kirchner, sugere que o poder não é para todas as mulheres, já que se deixam levar pelas emoções e permanecem subservientemente gratas aos homens que as conduzem à liderança política – o que é um embaraço. 

O mais curioso é que quando se iniciou o processo de destituição do Presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, ninguém falou de um “coup d'état” e é interessante como até ao dia de hoje os apoiantes do PT o acusam de ter sido o maior corrupto de todos os tempos; apesar de, após mais de 20 anos, Collor de Mello ter sido absolvido de todas as acusações feitas contra ele. Mas no presente caso, ficou comprovado que a administração da Presidente Dilma maquilhou as contas públicas, e as investigações da polícia e de um juíz revelaram a profundidade da corrupção da classe política brasileira envolvendo muitos elementos do governo da Presidente, do seu partido (para além de outros de partidos de direita) e o ex-presidente Lula da silva, a esquerda finge ser vítima de uma grande injustiça.

Demagogia ao Extremo

O presidente interino Michel Temer está ao leme do Brasil. A Presidente Dilma e os seus apoiantes regurgitaram demagogia barata ao realçar que a sua administração interina não tem nem uma mulher nem um negro. Peço-vos encarecidamente que olhem para a fotografia do governo da Presidente Dilma, que tomou posse em 2015:




Quantos negros é que vocês vêm na imagem acima – onde está o Wally? Inserir uma mulher negra no meio de um grupo de pessoas com pele clara não é exactamente uma demonstração de diversidade. Certamente, o PT e apoiantes irão oferecer imensas explicações para a disparidade, contudo, eles dever-nos-iam poupar das mesmas porque governar, em princípio, trata-se de encontrar indivíduos competentes o suficiente para governar e não se trata de preencher uma administração com quotas de negros, índios, asiáticos, só para mostrar o quão diversificada uma sociedade é. Ter mulheres num governo também não é exactamente um pré-requisito, particularmente quando as mulheres políticas têm estado a dar tão mau exemplo – elas são tão más quanto os homens quando são fracas, demagogas, corruptas e incompetentes.

A presidente Dilma deveria admitir que falhou e aceitar o seu destino com dignidade. Não admitir a sua responsabilidade enquanto comandante supremo das forças armadas; estar sempre na Media a acusar a oposição de ter agido ilegalmente (o que não é verdade) ou de ter levado a cabo um golpe de estado (o que também não é verdade), é um acto de desespero e impróprio de um verdadeiro presidente. Dilma Rousseff falhou. Falhou enquanto política, falhou enquanto economista, falhou enquanto líder. Ela deve admiti-lo, aceitá-lo e andar para a frente (retirando-se da atenção pública de modo a poupar a sua imagem e reorganizar-se).


[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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