Antigamente, ser político era um assunto sério. Hoje em dia, ser político é querer ser uma celebridade. Presidentes, Primeiro-Ministros, Ministros, Deputados, Presidentes da Câmara e outros funcionários públicos, vivem uma vida paralela nas Redes Sociais, fazendo pouco da Arte da Governação. Online, eles fazem comentários, atacam colegas, fazem declarações estúpidas, expressam o seu racismo, ameaçam jornalistas, agem como bobos da corte, e revelam o seu lado mais negro.
Claro que os políticos não estão sozinhos neste tipo de comportamento, já que os jornalistas fazem o mesmo (tendo alguns deles inclusive perdido o seu emprego por causa de acesas trocas de palavras no Twitter); contudo, como o salário da maioria dos jornalistas não provém do bolso dos contribuintes, o seu comportamento online é irrelevante; por outro lado, porque os políticos são pagos pelos contribuintes, temos todo o direito que questionar o seu comportamento.
A vida moderna é muito exigente e o uso de tecnologia na política é bem-vinda, mas quando falamos de Redes Sociais (RS) no universo Político devemos entendê-las como um veículo para o esclarecimento político rápido – para não termos que ver o Canal Parlamento (ou uma outra via similar). Este grau de utilização das RS deverá ficar a nível profissional e jamais pessoal:
- Será apropriado os políticos partilharem no Facebook (FB) fotos suas em bikini, ou mesmo semi-nús?
- Será apropriado regurgitarem o seu racismo no Twitter ou FB?
- Será apropriado os políticos ameaçarem jornalistas com violência (como o recém ex-Ministro da Cultura Socialista, João Soares, que na semana passada no FB prometeu “duas bofetadas” a dois repórteres do Público)?
- Será apropriado utilizarem as RS para incitarem ao racismo, ódio, nacionalismo violento etc?
- Será apropriado os políticos utilizarem o FB para demonstrarem a sua cobardia ao falarem mal de colegas nas suas costas (como a Deputada Socialista, Isabel Moreira, que recorreu ao Face para atacar a Manuela Moura Guedes em vez de o ter feito na cara desta, no programa)?
- Será apropriado os políticos usarem as RS para expressarem a sua total ignorância acerca de temas como o Terrorismo (e.g. culpar as políticas de direita pela sua existência [Miguel Tiago, PCP])?
- Será apropriado os políticos competirem entre si nas RS para ver quem é o mais ignorante e vil de todos?
Logo, o que estamos a testemunhar aqui hoje é a total rejeição da mediação do Ego (que, segundo Freud, se rege pelo princípio da realidade) por parte do id das pessoas – ou seja, a gratificação imediata é o mandamento dessa gente.
(…) a maior parte do [id] é de carácter negativo e só pode ser descrito como um contraste ao ego. Abordamos o id com duas analogias: chamamos-lhe caos, um caldeirão cheio de excitamentos violentos...É repleto de energia proveniente do instinto, mas sem qualquer organização, não produz qualquer vontade colectiva, somente uma tentativa de obter satisfação das necessidades instintivas sujeitas à observação do princípio do prazer. - Sigmund Freud
Qualquer político digno desse nome deveria ou usar as Redes Sociais meramente por motivos profissionais ou então fechar todas as suas contas. Queremos acreditar que elegemos pessoas racionais para administrarem os assuntos do nosso Estado, mas infelizmente as RS estão a revelar o lado mais baixo dos eleitos e, em parte, é por isso que as pessoas estão desapontadas com a política, não se dando ao trabalho de lutar: mas quem é quer eleger um indivíduo vulgar, com excesso de exposição pública, e cheio de opiniões, para legislar as nossas vidas? O pior é que abdicando do seu direiri, e dever, de protestar e de votar acabam mesmo por colocar gente de baixo calibre no Poder.
(Imagem: O Que as pessoas fazem por dinheiro - Adriaen van de Venne)
[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]
É uma infelicidade que os políticos não se saibam comportar online. Mas eis uma questão interessante: se se conduzem assim online, como será na vida real? Isabel Moreira comporta-se como uma meretriz com pretensões à ascensão social.
ResponderEliminarOlá Anónimo :D!
EliminarRealmente. Bem, na vida dita real deverão ser mais acobardados (os especialistas ditam que as pessoas no resguardo dos seus computadores, tablets e smartphones têm mais "coragem" para dizer e fazer de tudo do que em pessoa); mas há excepções.
"Isabel Moreira comporta-se como uma meretriz com pretensões à ascensão social."
Isso não sei, só sei que o comportamento é impróprio de um deputado. Sei que não os elegemos mas mesmo assim é suposto representarem o povo no Parlamento: é deste modo que a menina Moreira representa o povo?
Anónimo, muito obrigada pelo seu comentário :D.
Cumprimentos
Olá, Max!
ResponderEliminarCoitada dessa mulherzinha: não tem corpo bonito, nem peito e nem sequer beleza: mas cada um sabe do que anda a procura.
O que está errado é o voto ser nos partidos e não nas pessoas; pois tenho a certeza que essa Moreira nunca teria sido re-eleita mesmo pelos padrões dos adeptos socialistas.
Quanto ao João Soares fez bem demitir-se; porque os políticos têm de submeter-se à critica.
Beijocas
Olá Lenny :D!
EliminarPois...
Concordo: deveríamos poder eleger directamente os deputados (isso sim é que seria uma vera democracia). Isto das listas dá azo à corrupção, ao nepotismo, ao amiguismo e à incompetência. Metade dos jovens no parlamento hoje, principalmente à esquerda, têm um discurso medíocre repleto de emoções que pretendem camuflar a mediocridade do que está a ser dito e a sua indolência, embora sem sucesso.
"Quanto ao João Soares fez bem demitir-se; porque os políticos têm de submeter-se à critica."
Como qualquer figura pública.
Lenny, obrigada pelo teu comentário :D.
Beijocas