“A tarefa está completa, mas ninguém consegue ver como; isto é o que faz com que o poder nunca acabe” - Lao Tzu
Como é bem sabido, o polémico acordo com o Irão tem estado na berra; contudo, há outros eventos igualmente dignos de nota:
O Discurso do PM Cameron contra o Islamismo Radical & Violento
“Se vocês dizem que a violência em Londres não é justificável, mas ataques suicidas em Israel são – então vocês são parte do problema” - David Cameron
“Muitos dos seus modelos comerciais são construídos à volta de plataformas de monitorização de dados pessoais, para depois se reunir tudo e vender a terceiros (...) Quando chega a hora de defender os seus interesses empresariais, eles rapidamente inventam tecnologia para acompanhar os nossos gostos e desgostos. (…) Mas quando chega a hora de combater o terrorismo, eles dizem-nos que é tudo muito difícil...perdoem-me, mas não acredito nisso.” - idem
Não pode haver dúvidas quanto à veracidade destas duas declarações. Se uma pessoa condena terrorismo contra o Ocidente ou contra África, por exemplo, não pode apoiá-la em Israel ou na América – fazê-lo é apoiar, defender e justificar terrorismo, ponto final. E se um indivíduo (seja qual for a sua etnia, nacionalidade, orientação sexual ou ideologia política) apoia, defende e justifica o terror, sob qualquer forma ou aspecto, então essa criatura deverá sofrer as consequência legais.
Como já vimos antes, o terrorismo Islâmico (ou de qualquer outro tipo) tem como alicerce o Activismo Missionário, Político e Violento; querendo isto dizer que a radicalização de pessoas começa nas mesquitas, nos centros culturais e nas redes sociais, por exemplo. Posto isto, as empresas de redes sociais precisam de começar a cooperar no combate ao terrorismo; mas se insistirem em não fazê-lo, então dever-se-á utilizar os devidos instrumentos legais contra elas por estarem a colocar em perigo o mundo livre, e a cooperarem para a prática de terrorismo.
PM Cameron, acredito que queira agir correctamente e ser bem sucedido neste combate, mas se o senhor ainda tem a necessidade de dizer que está a “combater o extremismo islâmico – não o Islão, a religião” então é porque as pessoas que o senhor precisa que lhe dêem assistência, na luta contra o extremismo, não compreendem a diferença; e se elas não compreendem...os seus esforços serão em vão. Se forem em vão, então terá de jogar as suas cartas de modo diferente.
As Primárias para as Eleições Americanas de 2016
Embora considere que as primárias Republicanas estejam muito mais dinâmicas este ano; olho para os candidatos do Partido Republicano e ainda não sinto aquela intoxicação.
As primárias Democratas parecem estar estagnadas e, olho para os actuais candidatos do Partido Democrata e pergunto-me como é que o eleitorado Americano reagirá a um socialista confesso (cuja confissão colocou a presidente do Partido, Debbie Wasserman Schultz, numa situação difícil) ou a uma candidata cuja bagagem política é tão problemática que, se os seus adversários jogarem como deve de ser, ela poderá sair do processo incrivelmente prejudicada.
Será interessante, para os estrangeiros, seguir as eleições americanas no próximo ano. Tenho a certeza que muitos deles já se estão a mexer para obter os resultados pretendidos – não é curioso como o destino das eleições nacionais poderá acabar nas mãos de actores internacionais? Uma séria ameaça à soberania do povo (Selah).
A Turquia Junta-se à Coligação Liderada pelos EUA para Atacar Curdos
O Presidente Erdogan, depois de ter recusado fazer parte da coligação anti-ISIS liderada pelos EUA, finalmente decidiu entrar na guerra contra o Estado Islâmico; ou assim parece.
Desde que a incursão turca começou, dois eventos saltaram à vista: a Turquia está a atacar mais os Curdos do que o ISIS (apesar de, há duas semanas, oficiais turcos terem declarado que o país iria começar a atacar o grupo em breve); o Presidente Erdogan anunciou que a Rússia está a retirar o seu apoio a Bashar al-Assad. Estes eventos deveriam fazer os Estados Unidos questionar-se: o Presidente Erdogan está a trabalhar a favor ou contra os interesses americanos? (A retirada dos mísseis Patriot da Turquia diz tudo)
Ao concentrar a sua campanha militar nos Curdos, Erdogan está de facto a fortalecer o Estado Islâmico, porque os Curdos têm sido a arma mais eficaz contra a militância do ISIS. Uma vez que não se encaixa nos interesses ocidentais colocar tropas no terreno, o Ocidente tem de contar com os Curdos e os iraquianos para preencher esse lugar. Mas se a Turquia desviar a atenção da frente curda (para ajudar os seus irmão contra os turcos), o ISIS terá mais espaço de manobra – exactamente o oposto dos objectivos declarados dos ocidente.
Portanto, o que estará a Turquia a fazer? Se concatenarmos a realidade no terreno (i.e. Erdogan atacando os Curdos para impedir o estabelecimento de um futuro Estado Curdo unido) e os documentos encontrados, em Maio passado, que mostram que a Turquia tem andado a apoiar o ISIS; temos um cenário em que o presidente Erdogan poderá ter usado a operação americana para legitimar os seus meios de apoio ao ISIS, numa diferente escala. Para esse fim, o senhor Erdogan poderá também estar em busca de desacreditar a autoridade do Presidente al-Assad, ao espalhar rumores de que Rússia lhe iria remover o seu apoio, de modo a enfraquecer ainda mais o exército sírio (através da desmoralização das tropas).
Eis um detalhe curioso, contudo: a Turquia sabe que a Rússia não tem qualquer interesse em contrariar o Irão (o patrocinador de Bashar al-Assad) já que Moscovo deseja que Teerão seja um membro do seu Cartel de Gás (para inflaccionar os preços do gás natural, impulsionando assim economia russa; ao mesmo tempo que gere a influência da UE – que também precisa do Irão para diminuir a sua dependência do gás russo, algo que limita a reacção europeia às demonstrações de política de poder russas). Torna-se, assim, urgente seguir a Turquia de perto...
“Quando a tarefa está completa, e o nome de uma pessoa começa a ser disseminado, retirar-se para a obscuridade é o caminho do Céu” - Lao Tzu
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