Acordo com o Irão: O Poder da Influência - Fundos vs Razão


Foi reportado que o Presidente Obama deu a entender que “a 'interferência' de Netanyahu no assuntos Americanos é 'sem precedentes' num líder estrangeiro” mas, antes de proceder com o tópico principal, dever-se-ia colocar a seguinte questão: e não terá sido sem precedentes a interferência do Presidente Obama nos assuntos Africanos ao querer impor-lhes a questão gay? 
O Acordo com o Irão é certamente uma jogada arriscada mas sacrificar Israel em público é ainda mais arriscado.

Algumas pessoas influentes, na América e não só, estão perplexas com a habilidade de Bibi Netanyahu de influenciar a classe política dos EUA sem recorrer a tácticas obsoletas, em prática há pelos menos 25 anos. Esses mesmos indivíduos não parecem entender que, no século XXI, o mundo está a largar a pele velha e a Razão começa a ser a moeda mais valiosa.

Influência por Meios Pecuniários
Vulgo: influência comprada. Esta é exercida pelas nações árabes, pelos iranianos e pelos chineses na América.  Todos estes influenciam a política nacional através da compra de políticos; da compra do silêncio ou ataques da media; da compra de eleitores; através da colocação de fundos ao dispôr de movimentos políticos para fazerem barulho e alterar a opinião pública; ao investir em companhias e bancos para alterar as regres; ao dar dinheiro a universidades para alterar os discurso académico e abafar a crítica; ao colocar fundos em think-tanks para produzirem relatórios que supram as suas necessidades; pagar bolsas de estudo para moldarem futuros líderes que serviram os seus interesses e futuros agentes que espiarão para eles etc etc.
Há precedentes em vários exemplos (Aqui, Aqui, Aqui e Aqui) e este tipo de influência é geralmente prejudicial aos interesses nacionais e soberania de qualquer país.

Influência por Chantagem e Humilhação Pública
Quando indivíduos ou entidades pagam a prostitutas(os) para atraírem políticos e colocá-los em situações impossíveis de modo a fazê-los obedecer a ordens externas; quando certos elementos são pagos para dormirem com pessoas poderosas e obter ADN como prova para poderem chantagear os poderosos afim de fazerem o que lhes for pedido; quando dinheiro gera situações comprometedoras que mais tarde serão expostas publicamente como retaliação a decisões inconvenientes etc etc.
Até para isto há precedentes, e este tipo de influência é um assalto à integridade institucional.

Influência pela Razão
Este tipo de influência é mais sofisticada e mais inspiradora devido ao conhecimento, à capacidade de apresentar bons argumentos, à paciência e a uma vasta rede de apoio.
Tudo começa com a construção de um círculo fechado de amigos influentes, que possuem uma vasta rede de contactos. Estes amis respeitam a opinião do influente que – apesar das suas imperfeições – faz sentido, já deu provas das sua sabedoria, entendimento, competência e/ou capacidade para cumprir acordos. Por outras palavras, o influente é de confiança a quem as pessoas estão sempre dispostas a ouvir e a seguir.
Este é o caso do PM Netanyahu: ele é conhecido na América, considerado de confiança e as pessoas estão dispostas a ouvi-lo e a seguir as suas orientações. E talvez seja este poder 'sem precedentes' que choca o entourage do Presidente Obama, que está a aconselhar muito mal o Comandante-Chefe a ser agressivo em relação à sinédoque da Sobrevivência.
A influência pela Razão envolve apresentar um caso sólido sem desrespeitar a soberania de um país, já que os interesses nacionais dos aliados são sempre tomados em consideração.

Conclusão
Para vender o Acordo com o Irão, a Administração Obama não tem necessidade de estar sempre a invocar Israel. Essa má estratégia não só desvia a atenção do principal objectivo (a não ser que seja esse o real propósito) mas revela principalmente a depreciação intelectual que esta administração, em tempos dinâmica e brilhante, tem vindo gradualmente a sofrer desde a sua reeleição.

“O Mundo inteiro expressou o seu apoio ao acordo com Irão com a excepção do governo israelita” -- Barack Obama

O presidente americano é um homem inteligente que, graças a Deus, sabe falar inglês. Posto que sua declaração, acima citada, está mal fraseada; devemos presumir que ela seja uma mensagem velada para Israel: amigável ou agressiva? É o que veremos.

“Há duas histórias: a história oficial, mendaz, que nos é transmitida; e a história secreta, onde encontraremos as reais causas para os eventos, uma história vergonha.” - Honoré de Balzac


(Imagem: PM Netanyahu & Pres. Obama - Google Imagens)

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