Educação e Investigação em Portugal: Potencial e Prestígio

Bandeira Portuguesa

Este artigo foi escrito a pedido da Adriana.

Portugal tem debatido o seu nível de qualidade de ensino. Muitos dizem que as coisas vão de mal a pior, outros dizem que embora haja espaço para  melhorar as coisas estão bem encaminhadas. Eu, pessoalmente, acho que a minha geração era mais informada e falava melhor Português – não só porque os professores eram mesmo professores de carreira (e não professores por conveniência), mas também porque os pais se envolviam mais na educação dos filhos (não os largando aos cuidados da tecnologia e das redes sociais). Contudo, também penso que o sistema educativo Português esteja no bom caminho. Por exemplo, hoje em dia a escolaridade obrigatória é de 12 anos (ao invés de 9 anos, como outrora; tendo esta decisão um impacto incrível não só a nível intelectual da nação, como principalmente a nível económico e laboral [para aqueles que, finda a obrigatoriedade escolar, optem por entrar de imediato no mercado de trabalho]); nos dias de hoje ensina-se Inglês e Francês desde o 1º ciclo básico (do 1º ao 4º ano) até ao 3º ciclo (do 7º ao 9º ano) o que reflecte o acompanhamento dos tempos e a inserção de Portugal num contexto de União Europeia; também a partir do 1º ciclo o currículo académico inclui as artes (e.g. desenho, teatro e dança) vitais para a expressão e desenvolvimento criativos dos jovens.

Ao contrário de muitos países, onde se dá mais destaque ao ensino privado; em Portugal é o sistema de educação pública que é o mais usado e conceituado e, posso dizer (por experiência própria) que há escolas públicas cuja qualidade de ensino não fica nada a dever àquela de muitas escolas privadas. Os Lusitanos que decidam prosseguir os estudos superiores candidatam-se às Universidade Estatais por estas terem mais prestígio que as privadas (a universidade Lusitana mais antiga, data de 1290 [Universidade de Coimbra]) e, são aquelas que mais contribuem para a investigação made in Portugal.

A Investigação, nas universidades Portuguesas, ainda é em grande parte financiada pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) que pertence ao Ministério da Ciência e Tecnologia, querendo isto dizer que o Orçamento de Estado pesa imenso no progresso investigativo. Sugeriria que as universidades dessem o grito de independência e, promovessem eventos de colheita de fundos, que andassem à caça de Patronos; que nomeassem edifícios, alas e jardins a troco de patrocínios – tanto a nível nacional como internacional  – os investigadores premiados (e outros) poderiam ser a face das Universidades.
Independentemente da sua dependência financeira, as universidades fazem um excelente trabalho investigativo que mereceu já a atenção internacional: o MIT e a Harvard Medical School já estão em Portugal a trabalhar com as universidades estatais mais concentuadas (incluindo a prestigiada Universidade do Minho), afim de trocar ideias e disseminar a investigação made in Portugal pelo do mundo.

Portugal é um país que, na era dos Descobrimentos, espalhou os seus valores, a sua língua, o seu amor pela descoberta (antepassado da pesquisa e da investigação), a sua paixão pelo intercâmbio comercial e cultural. Portugal abriu caminho para o conhecimento mundial e criou a Lusofonia. Portugal deve, ainda hoje, continuar a marcar território no mundo e pode fazê-lo também através da Educação e consequentemente da Investigação.
E por esta razão, eu sou totalmente a favor da Educação Pública (que em Portugal e de um modo geral, providencia um ambiente saudável aos alunos: sem racismo e sem ordens sociais), porque sem ela não teríamos acesso à quantidade de cérebros ultra-criativos que o sistema público fornece à Nação Lusitana.

Influência da Investigação Portuguesa no Mundo: 

Comentários

  1. Amiga,
    Muito obrigada por este artigo maravilhoso!
    " não só porque os professores eram mesmo professores de carreira (e não professores por conveniência), mas também porque os pais se envolviam mais na educação dos filhos"

    Eu fui alfabetizada pelo método educacional tradicional, na época (não tão longe assim LOL)este era o método vigente aqui no Brasil, priorizava exercícios repetitivos, algumas cópias, leituras de textos caóticos, tipo: Ivo viu a uva e a bruxa xuxuca faz faxina, enfim...sobrevivi...

    Hoje, a educação atua de forma mais construtivista e socio-interacionista, ou seja o aluno é o foco, a atuação dele é priorizada assim como sua história de vida e seus saberes prévios.

    Bem, esta é a ideia, mas nem sempre ela ocorre e vemos casos de aulas iguas as do passado.

    Fico feliz de existir por aí professores de conveniência, não me entenda mal, mas isso é sinal de qua a profissão é valorizada, com salários bons e boas condições de trabalho...

    Agora a parceria com a família é fundamental, sem esta não existe educação de qualidade...e a escola por mais que faça, não conseguirá passar valores, condutas sociais e mais todos os outros conteúdos sem a familia...

    Ensina inglês e francês... desde o primeiro ciclo...ótimo assim que deve ser, aqui só nas escolas particulares, e mesmo assim dando ênfase ao inglês e quando é o caso de outra língua é o espanhol, mas isso é justificável.
    Desenho teatro e dança... desenvolver a sensibilidade e criatividade, expressão corporal através destas disciplinas é algo muito bom, aqui só nas particulares.

    Sou completamente favorável a uma escola pública, laica,acessível a todos e que contribua para o fortalecimento da democracia, a formação do cidadão e para a inclusão de minorias, sem isto não podemos pensar num país desenvolvido, o espelho da sociedade como um todo, em questões economicas, sociais, problemas urbanos... todos desenbocam na qualidade da escola púbica que é onde as massas se " educacam"
    Se temos hoje uma escola pública de qualidade, no futuro teremos um país de qualidade e não uma elite de qualidade, enquanto o resto da população morre de fome ou só pensam em samba e futebol.

    Temos muitos educadoes de qualidade, desde Paulo Freire ao professor ali da escolinha da esquina, que todos os dias sai de sua casa disposto a fazer o deveria ser a profissão mais valorizada e com mais destaque, mas a educação é um ato políco e como tal é pensada, planejada...compreende? está do jeito que está de propósito...e todos se culpam, reclamam, mas não vão no ponto chave da questão.

    é um circúlo, política- educação-desenvolvimento.

    Amiga já falei muito, estou muito grata pela atenção...e por eu ter podido ver a educação portuguesa através de seus olhos.

    vou ver os links com calma, depois comento.

    beijos

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  2. Olá Dri :D!

    "Muito obrigada por este artigo maravilhoso!"

    Não tens de quê :).

    "Eu fui alfabetizada pelo método educacional tradicional, na época (não tão longe assim LOL)este era o método vigente aqui no Brasil, priorizava exercícios repetitivos, algumas cópias, leituras de textos caóticos, tipo: Ivo viu a uva e a bruxa xuxuca faz faxina, enfim...sobrevivi..."

    LOL eu sei. Talvez os textos "caóticos" tivessem como finalidade treinar a dicção (digo isto, porque este é um exercício que se faz muito em teatro).

    "Hoje, a educação atua de forma mais construtivista e socio-interacionista, ou seja o aluno é o foco, a atuação dele é priorizada assim como sua história de vida e seus saberes prévios."

    Talvez, mas também não é perfeita. Acho que é necessário um equilíbrio entre o método antigo e o moderno.

    "Fico feliz de existir por aí professores de conveniência, não me entenda mal, mas isso é sinal de qua a profissão é valorizada, com salários bons e boas condições de trabalho..."

    Entendo-te. Mas os professores daqui muitas vezes não se apercebem da sorte que têm...e queixam-se muito. Contudo uma coisa devo dizer: os professores de agora são mais desrespeitados que os de outrora e, isso faz-me ter compaixão deles.

    "Agora a parceria com a família é fundamental, sem esta não existe educação de qualidade...e a escola por mais que faça, não conseguirá passar valores, condutas sociais e mais todos os outros conteúdos sem a familia..."

    Concordo plenamente.

    "Ensina inglês e francês... desde o primeiro ciclo...ótimo assim que deve ser, aqui só nas escolas particulares, e mesmo assim dando ênfase ao inglês e quando é o caso de outra língua é o espanhol, mas isso é justificável.
    Desenho teatro e dança... desenvolver a sensibilidade e criatividade, expressão corporal através destas disciplinas é algo muito bom, aqui só nas particulares."

    Também fiquei surpreendida (porque como te dissera há umas semanas, não sabia muito acerca do actual sistema; mas foi uma boa surpresa). Claro, que espero que todas as escola possam providenciar tais currículos, porque o que acontece é que às vezes só as Escolas Públicas de Elite é que conseguem oferecer tudo o que o Ministério de Educação promete, percebes? Por exemplo, eu quis tirar Grego (porque era uma opção oferecida pelo Ministério) mas tive que me contentar com Latim, porque o Liceu onde andei no 10º ano não oferecia a língua Helénica...ao invés de aprender uma língua viva tive que aprender uma língua morta...

    "Sou completamente favorável a uma escola pública, laica,acessível a todos e que contribua para o fortalecimento da democracia, a formação do cidadão e para a inclusão de minorias, sem isto não podemos pensar num país desenvolvido, (...)."

    Concordo...

    "Temos muitos educadoes de qualidade, desde Paulo Freire ao professor ali da escolinha da esquina, que todos os dias sai de sua casa disposto a fazer o deveria ser a profissão mais valorizada e com mais destaque, mas a educação é um ato políco e como tal é pensada, planejada...compreende? está do jeito que está de propósito...e todos se culpam, reclamam, mas não vão no ponto chave da questão."

    Pois é, já ouvi dizer que sim...

    "Amiga já falei muito, estou muito grata pela atenção...e por eu ter podido ver a educação portuguesa através de seus olhos."

    Eu é que te estou grata: se não tivesses pedido para escrever este artigo, não teria tido a oportunidade de ver os progressos de Portugal nesta área - obrigada :D.

    Adriana, muitíssimo obrigada pelo teu comentário, querida :D!

    Beijoooss

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