Presidente Macron nos EUA para Desviar o Presidente Trump do Realismo para o Liberalismo


O Presidente Macron está de visita aos EUA, esta semana. Diz-se que o principal objectivo desta visita é discutir o Acordo Nuclear com o Irão e uma série de assuntos que presentemente afligem o mundo. Emmanuel Macron deu uma entrevista exclusiva à Fox News e o que ele basicamente disse foi que a França pretende bajular o Presidente Trump para o levar a desviar-se do seu plano para Fazer a América Grande de Novo (MAGA).

Acordo com o Irão

A França não quer que o Presidente Trump se afaste do acordo porque ainda que ele “não esteja satisfeito com a situação com o Irão” ele acredita que os EUA não deveriam sair sem “uma opção melhor”.

Se não havia uma melhor opção, temos de nos perguntar por que é que os líderes mundiais fizeram este acordo para começar. O presidente Macron até chegou a ponto de admitir que a França não tem um Plano B – perdão? Pensar-se-ia que quando se desenha um acordo se antecipa os mais variados resultados, que existe um plano de contingência para o caso de tudo correr mal e que, principalmente, se acrescentam claúsulas activar punições em caso de violação do acordo. Neste caso, correr mal significa que o Irão teria alcançado capabilidade nuclear – em termos de armamento – e que mundo estaria por isso em total perigo.

O presidente Trump sabe que há uma melhor opção, e espera-se que seja capaz de transmitir esta mensagem ao presidente Macron. Aqueles que desenharam o Plano do Acordo Nuclear apresentaram um projecto completo que, infelizmente, só foi meio implementado pelo Presidente Obama. Mas o POTUS estará em melhor posição para completar o Plano, tendo assim duas opções:

  1. Renegociar o presente Acordo e adicionar claúsulas de defesa a um acordo que não parte do princípio que o Irão já tenha capabalidade nuclear, apesar das provas em contrário (Nota: o que irá prelongar a vida do regime iraniano e alimentar a Guerra no MO)
  2. Cancelar o Acordo e soltar o Leão de Sião (Nota: isto será o primeiro passo em direcção à mudança de regime e alimentar a Guerra no MO). 

Qualquer opção conduzirá à Guerra. E tentar evitar o inevitável só nos arrastará ainda mais para o caos. A França precisa de escolher de que lado está realmente, de uma vez por todas.

A Crise Síria

“Teremos de construir uma nova Síria depois da guerra. E é por isso que os EUA têm um papel muito importante a desempenhar.”

A França acha mesmo que irá arrastar os EUA de volta ao Nation Building?

O Principal Projecto do presidente Trump é “Make America Great Again” e para o poder fazer ele não pode repetir os mesmos erros que outros presidentes americanos cometeram no passado. Por exemplo, onde é que foi que os EUA erraram na guerra do Iraque? O principal objectivo militar dos Estados Unidos era invadir o Iraque e depôr Saddam Hussein. A missão não era depôr o ditador, ficar no país, e reconstruir as instituições do Iraque, impôr o modelo Ocidental de Democracia (numa total falta de respeito pela cultura e história locais), gerando assim mais caos, despender milhares de milhões de dólares para quase nada, e arruinar a economia americana.

E agora os Globalistas querem fazer o mesmo? Sim. Emmanuel Macron apoia o Globalismo e o Governo Único Mundial (estudem o seu historial professional) e, logo, quando ele profere palavras como “temos de construir uma nova Síria depois da guerra” ele está a ser o eco dos seus mentores:

Vamos atrair o Donald Trump para o processo de Nation Building. Ele diz ser um realista com princípios, não é? Então apelemos ao seu lado humanitário e façamo-lo esquecer o fortalecimento da economia americana, estas taxas e tudo o mais que bloqueie as nossas ambições globais...

A América que mantenha os olhos no objectivo final.

Seria interessante saber se o presidente francês irá finalmente apresentar as provas de que o presidente al-Assad realmente levou a cabo o ataque químico contra o seu próprio povo...ainda que saibamos exactamente o papel que a França desempenhou no assunto.

Relações Internacionais: Realismo vs Liberalismo

“Os EUA têm um papel forte a desempenhar na Paz em diferentes regiões do mundo, especialmente no Médio Oriente; e eu penso que são um jogador de último recurso para a Paz e o Multilateralismo”

Os EUA são o país mais poderoso do mundo e não se pode dar ao luxo de liderar por detrás – Presidente Obama tentou e não funcionou. Contudo, a América não pode ser o único Polícia Global; não, todos os países do Mundo Livre têm de desempenhar esse papel, ainda que com os Estados Unidos ao leme. A Águia adquiriu suficiente experiência para mudar a maneira como mantém a Paz mundial. Logo, velhas formulas não serão aplicadas, se quiser manter a sua Hegemonia.

Multilateralismo é somente outra palavra para Liberalismo. A França, a UE, e todos os Globalistas, só querem desviar a América da Política de Poder de volta para a Interdependência para mitigar o foco no interesse nacional e no poder militar – já que a Teoria do Liberalismo defende que as regras e organizações internacionais geram cooperação, confiança e prosperidade. Isto é de facto hilariante quando a história nos mostra que:

  • Cooperação: só quando é conveniente
  • Confiança: nem tanto
  • Prosperidade: só par alguns

“Irei defender o Multilateralismo perante o Congresso [para diminuir a influência e o apoio a estados desviados e a ditadores; e claro, a guerra contra o Terrorismo...juntos]”

É pouco provável que o presidente Macron vá gozar do mesmo sucesso que o PM Netanyahu e o PM Abe tiveram – quando discursaram perante o Congresso americano – mas ele poderá sempre tentar vender o Liberalismo/Multilateralismo/Globalismo aos legisladores americanos – eleitos para proteger os interesses nacionais americanos, i.e. MAGA:

É curioso ver como o Emmanuel Macron pôs a luta contra o terrorismo em último lugar, ainda que tenha colocado a Mudança de Regime em primeiro – estará ele a dizer ao presidente Trump que estará disposto a apoiar o POTUS, no seu projecto para mudar o regime iraniano, em troca da sua flexibilidade no Acordo com o Irão?

O presidente Trump deveria perguntar ao presidente Macron quando é que irá a França abandonar a Política Árabe – uma política que causou mais mal do que bem ao mundo.

“É demasiado complicado. Se fizer guerra contra toda a gente, faz guerra comercial à China, guerra comercial à Europa, guerra na Síria, guerra contra o Irão – vá lá – assim não dá. É preciso ter aliados.” - Emmanuel Macron

De novo, as palavras acima expressam odesejo de desviar os EUA do Caminho do Realismo com Princípios. É verdade que os países precisam de aliados mas isso não significa que se permita que a China abuse de toda a gente (e se esqueça que só está onde está porque a América de Nixon a pôs lá), que a União Europeia possa implementar o seu modelito soviético na Europa e que gere caos à volta do mundo (esquecendo de caminho o quanto deve à América) e que o Irão continue a agir em total impunidade só porque serve os interesses de um pequeno Grupo de globalistas.

Um conselho para a França: cuidados com os caminhos por onde trilham.


(Imagem: Trump e Macron[Ed] - Google Imagens)

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