Ataque Químico na Síria: Os Verdadeiros Culpados


O mundo está a pensar em atacar a Síria por causa do ataque químico contra a população síria em Duma. Tanto a Rússia como a Síria afirmam que Al-Assad não levou a cabo tal acto de agressão; mas os EUA e a Grã-Bretanha afirmam o oposto e acusam a Rússia de apoiar um líder assassino. No meio de tanto barulho, há uns quantos actores que estão a ser deixados de fora da Tragédia apesar de estarem a desempenharem um papel importante nessa peça. Esta semana, iremos fazer algumas perguntas relevantes acerca deste assunto.

Analisando a Posição de al-Assad

Bashar al-Assad não é burro. Ele sabe perfeitamente o que está em causa aqui; contudo, ele foi encostado à parede. Não obstante, temos de nos perguntar o que faz com que um homem permita e aceite que actores estrangeiros simplesmente gaseiem o seu próprio povo: favores, chantagem ou uma ameaça?

Devendo Favores 

Há dois países que sempre apoiaram a Síria: a França e o Irão. Eles sempre serviram de escudo à Família al-Assad na arena internacional – fizeram-no quando Hafiz al-Assad participou em três golpes de estado, fizeram-no quando ele ordenou o Massacre de Hama em 1982 (que curiosamente ocorreu no mesmo período da fundação do Hezbollah e da Guerra do Líbano de 1982 – sugerindo assim a múltipla interferência do Irão em todos estes eventos); eles continuaram a fazê-lo quando Bashar al-Assad ordenou o Massacre de Hama de 2012 e praticamente durante os 7 anos desta guerra civil. Tal apoio comporta um custo muito alto.

[A] claúsula que exigia que o presidente fosse um Muçulmano foi reintroduzida - por Hafiz al--Assad depois de ele se ter tornado presidente - juntamente com um acordo político com o líder da comunidade xiita no Líbano, Musa al--Sadr,  quem aceitou que os Alawitas como Xiitas e logo como Muçulmanos elegível para a presidência. - Prof Asher Susser, in Emergence of the Modern Middle East

Sendo Chantageado

A Síria tem sido sempre utilizada como armazém para as armas químicas de alguns países. Isto foi feito com o conhecimento das principais potências, que no entanto ficaram em silêncio pelas suas próprias razões estratégicas. Agora, uma dessas potências está a chantagear o Bashar al-Assad: poderemos ser forçados a divulgar ao teu principal patrocinador que escondeste as mesmas armas químicas usadas contra o seu povo, se não permitires que operemos dentro do teu território. Perante tal cenário, torna-se fácil concluir que al-Assad tenha perdido total controle do seu país.

Recebendo Ameaças

Quando rebenta uma guerra civil, geralmente os líderes políticos enviam a sua família e parentes para certos países para protecção; contudo, isto não quer dizer que estejam imunes ao perigo. O líder permanece no seu país para, neste caso, dar a impressão de que está a conduzir as operações – até ao dia em que recebe uma ameaça (i.e. sabes onde estão a tua mulher e filhos, e se não seguires as nossas instruções acabamos com eles). Que outra opção terá este indivíduo senão submeter-se aos actores estrangeiros que ditam os desígnios do seu país?

Tendo estes cenários em mente, começamos a compreender mais ou menos que é o que poderá estar a acontecer aqui. Por isso, já adivinharam quem é o verdadeiro inimigo aqui?

Analisando a Posição Russa

Vladimir Putin tem vindo a cometer erros neste processo:

  1. Fez uma aliança com o Irão e com a Turquia
  2. Permitiu que o seu pessoal usasse o activo errado na Britânia, forçando os Ingleses a violar o Status Quo
  3. Falhou em fazer uma aliança com a América
  4. Desacreditou-se ainda que possa estar certo em relação aos recentes eventos na Síria

Pode-se presumir que a aliança que o Putin fez com o Irão e a Turquia seja uma medida pública para manter dois elementos perigosos por perto para os manter sob controle. Como Jonathan W. Penn diria, Vladimir Putin precisa da Turquia para garantir acesso ao Mar Mediterrâneo (para a sua frota da Crimeia) e beneficia com as aquisições que o Irão faz de armas e tecnologia russa. Podemos, contudo, presumir também que o Putin vá trair tanto a Turquia como o Irão quando ele se aperceber que o Erdogan o irá trair primeiro se ele não o fizer (i.e. não é do interesse da Turquia perder a sua posição na NATO, sob pena do Erdogan perder informação vital que ele possa passar para o Irão). O Irão só está a usar a Rússia para implementar a sua agenda religiosa, e uma vez que os Ayatollahs desprezam porfundamente os Cristãos – e a Rússia é um Estado muito Cristão Ortodoxo – eles apunhalaram a Rússia para terem o querem na Síria.

O assunto Skripal foi mal calculado mas não foi a Rússia quem envenenou a Yulia (e os danos colaterais). Porque Moscovo foi demasiado apressado – certamente porque um oficial ansioso não pensou bem nisto tudo – elementos subversivos da River Housa violaram o Status Quo. Erros acontecem na comunidade dos serviços secretos, por isso ambos paísos fariam bem em mitigar a retórica, se realmente nenhum deles quiser uma guerra desnecessária.

O Presidente Putin teve a oportunidade de formar uma aliança com o Presidente Trump, mas em vez disso ele fez uma com os Ayatollahs e com o Erdogan (poder-se-á dizer que a União Soviética falhou em trazer o Irão e a Turquia para a sua área de influência, enquanto que o Putin foi bem sucedido nisso; mas então teríamos de ser forçados a admitir que Vladimir Putin está presa no passado – que benefício teria o Sr Putin em ter somente um olho?). Moscovo deveria parar de resistir à mudança e lembrar-se que os “Russians love their children too”.

Ainda que a Rússia esteja certa acerca do Ataque do Gás Sarin na Síria, ninguém acreditará já que Putin fez de tudo para mostrar que não é de confiança. Neste sentido, pode-se dizer que Moscovo está em queda rápida e a sua concorrência sabe-o bem – sentada na bancada, em total silêncio. Sempre suspeitem dos mais quietos.

Analisando os Motivos dos Culpados

Isto pode ser uma surpresa para a maioria mas o Irão usou o Gás Sarin contra a População Síria.

O Irão está bastante interessado em causar desolação na Síria – lembre-se que este país é crucial para apressar a Vinda do Mahdi. O presente regime iraniano é obcecado pela Escatologia Islâmica e, logo, fará o que for para causar o Fim dos Dias – mesmo que isso implique matar qualquer Sunita, Cristão, Judeu; Hindú, Budista e ateu (a quem desprezam mais que aos Cristãos e Judeus). Nesta altura, quando os sinais menores que apontam para a aproximação dos Dias da Tribulação, a ética nada significa para Teerão – como se viu nos ataques químicos na Síria.

O Irão sabia que o Ocidente iria reagir a qualquer tipo de agressão química à população civil síria, e contava com o Grande Satan e os fabricantes do Satan para causar a desolação em Bilad al-Sham. Por palavras mais simples, o Ocidente e a Rússia estão a ser manipulados pelos Ayatollahas e por um certo Amigo Europeu (dica: quem foi o último a reagir a esta crise, que depois ofereceu ajuda aos EUA e à Grã-Bretanha mas que depois deu um passo atrás?).

Então, quem é o verdadeiro inimigo? A resposta é clara e a mensagem enviada pelo Presidente Donald Trump, no seu Discurso da UNGA, deveria ser lembrada agora. Se a Guerra na Síria não pode ser evitada, então que seja usada para marcar o princípio da Queda de Três Males: o Irão, o Hezbollah e o Terrorismo Islamista.

Conclusão

A Propaganda que tem sido levada a cabo por todos os lados é contra-produtiva. Aconselhamos a todas a Nações do Mundo Livre, mais Moscovo, a abrir os seus olhos e ver o que se está a passar ali. A Rússia precisa de rever a sua posição; por isso, agora é chegado o momento para os Patriotas Russos para encorajar Vladimir Putin a fazer o que está certo...

O verdadeiro inimigo é o Irão. Teerão precisa de uma resolução. Bashar al-Assad é um assunto que precisa de ser estudado com muito cuidado, porque imaginem que o removemos do poder agora: quem é que o irá substituir? Antecipámos toda a sorte de cenários com ele fora do poder (agora, neste momento) e nenhum deles acaba bem; logo, combatemos o Irão primeiro. Para além disso, se o Irão e o Amigo Europeu manipularam os eventos na Síria, a posição de Bashar al-Assad muda, ainda que ele não esteja completamente isento de culpa – no entanto, toda a gente tem direito a fazer expiação pelos seus pecados, especialmente se isso significa assegurar a Segurança e Prosperidade futura do Médio Oriente.

(Imagem: Gás Sarin[Ed] - Google Imagens)

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