Re-Desenhando Conflitos Armados: Substituir a Guerra pelo Assassinato Ordenado pelo Estado


O que é que é melhor para os civis: uma Guerra ou um Assassinato Ordenado pelo Estado? Este é um daqueles dilemas, contudo o realismo exige a pergunta já que os conflitos entre os seres humanos jamais acabarão e, logo, há a necessidade de desenhar novas maneiras dos estados se livrarem de inimigos sem envolver as populações civis na devastadora destruição que procede uma guerra.

Guerra

Definição

Conflito aberto e declarado entre as forças armadas de dois ou mais países, ou entre as forças armadas de um país e combatentes ilegais.

Discussão

Numa guerra há muita assolação: enquanto que a destruição de objectivos militares é o propósito, a obliteração de objectos civis é indesejável (excepto no que toca a Grupos Terroristas, que quase sempre violam as Lei Internacional da Guerra). E ainda que a Forças Militares tentem poupar a população civil, temos de admitir que o impacto das Guerras nos Civis, e objectos civis, é bastante maior que aquele sentido nos objectivos Militares.

Quando paramos para pensar no que foi acima dito, precisamos de dar início a um novo debate: as guerras são necessárias para trazer a paz mas, enquanto indivíduos que buscam a evolução comportamental (dentro das limitações da natureza humana), não será chegada a hora de re-desenhar o conceito de Guerra?

  • Primeiramente, as guerras foram travadas em campo aberto – o mais longe possível das populações.
  • Depois, o Exército Vermelho trouxe as Guerras para as cidades, perto das populações civis – os primeiros passos da guerra urbana.
  • A seguir, os Nazis travaram um misto de Guerra Tradicional e Urbana.
  • Mais tarde testemunhámos a Guerra da Guerrilha – longe das grandes áreas civis (Vietnam, África e América Latina).
  • E desde 1979, temos vindo a assistir a um aumento de Guerras Urbanas em direcção à apoteose que vimos na Síria – onde a total destruição do país foi vista, em violação total da Lei Internacional Humanitária. 
  • E agora?

Agora, deveríamos levar a guerra àqueles que são directamente responsáveis pela miséria do Povo, pelas decisões que levaram à desestabilização de países por lucro e ganância (e de novo pelo sofrimento de civis inocentes), pela depleção de recursos (que impedem o Desenvolvimento Humano) e pela negligência grosseira.

Assassinato Ordenado pelo Estado

Definição

Assassinato Ordenado pelo Estado, ou a decapitação de liderança, é o homicídio (ordenado por um Governo) de uma pessoa prominente que pode ser levado a cabo por motivos políticos e/ou militares.

Discussão

Poupar as populações civis é o objectivo principal. Mas o fim, em apresentar esta sugestão, é também mudar as regras que permitem que actores estatais, e não estatais, usem a deslocação de civis como arma de arremesso contra o país (ou região) X ou Y, ou então como laboratório para testar armas – gerando assim sofrimento desnecessário tanto para as populações civis deslocadas como também para as populações anfitriãs.

A decapitação de liderança é um instrumento necessário para assegurar que o Artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos Humanos é respeitado ao máximo “Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal” - qualquer líder que represente uma ameaça ao direito dos cidadãos do seu país a viver livremente e em segurança (nas suas várias formas) tem de ser obliterado. Porquê arrastar milhões de pessoas inocentes à miséria pelas decisões irresponsáveis feitas por um indivíduo e pelos seus amiguinhos?

O Cabeça de Estado (seja Presidente, Primeiro Ministro, Governador, Rei, Príncipe, ou até Vice-Rei) não poderá continuar a pensar que os seus direitos estão a cima dos direitos da maioria e que as suas decisões são inimputáveis. O sistema que agora prevalece é tão corrupto que os políticos perderam a vergonha de vez porque, até agora, não só têm eles agido impunemente como também têm sido recompensados (com prémios, com empregos de alto gabarito na ONU, na UE, FMI etc) pelo seu comportamento inconsequente.

Quem Deve Tomar Estas Decisões?

Sugere-se a criação de uma Unidade Especial – composta por elementos, conhecidos pelos seu sentido de honra e ética, seleccionados de entre as várias forças de Segurança (i.e. dos serviços de informação militares e civis) – encarregados com a tarefa de analisar o grau da transgressão do político, do nível do sofrimento infligido nos civis domésticos, as consequências das decisões do indivíduo em relação a países vizinhos ou em estados onde o seu país detenha interesses (e.g. será que ele/ela causou uma devastadora guerra civil desnessária num país distante para ganho pessoal e dos seus parceiros?) e analisar o custo-benefício de decapitar o líder político (e as suas raízes). Após uma produnda análise, terá de se tomar uma decisão.

Mas isto não provocará uma guerra entre assassinos? Sim, claro; mas desde que se minimize a exposição dos civis à destruição e ao sofrimento, o show deve continuar.

Conclusão

A sugestão contida neste artigo não colide com a Indústria Militar, mas convida essa mesma indústria a passar ao próximo nível. Observámos que quando os humanos se sentam na sua zona de conforto têm uma grande dificuldade em mudar; contudo, essa resistência (esse falhanço em se ajustar rapidamente) é a raíz do presente estado das coisas. O conselho aqui apresentado exige a criação de Armas de Alta Precisão Avançadas – que façam o trabalho sem que o cidadão regular “se aperceba” do que quer que seja.

Democracia deveria significar responsabilidade e responsabilização; logo, a sociedade não se pode dar mais ao luxo de aceitar que os Políticos tomem decisões que afectem negativamente a vida de milhões de pessoas para depois serem promovidos a uma vida de paz e conforto monetário, num qualquer paraíso.

(Imagem: Ninja[Ed] - Manzanedo)

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