Pedrogão Grande: António Costa e os seus Baskerville Hounds


No dia em que a morte ceifou Pedrogão Grande foram ditas muitas bodegas excepto a verdade. Contudo, fiquei a saber que noventa e oito (98) por cento da floresta nacional é propriedade privada cuja massa combustível (folhagem e ramagem seca) é o principal rastilho dos fogos e, para piorar a desgraça colectiva, a maioria dos donos não obedece à regra que estipula que as árvores devam ser plantadas a 10 metros para além da estrada e que entre cada árvore deva existir um intervalo de quatro (4) metros.

Soube também que seria aconselhável que os proprietários se associassem a uma organização de gestão florestal e que muitos não o fazem por não ser financeiramente vantajoso. Ouvi ainda um comentador irado na SIC a advogar a nacionalização dos terrenos das pessoas que negligenciam a sua mata, numa espécie de “a terra a quem a trabalha”.

É claro que o despropósito do colectivismo está fora de questão, mas o que as autoridades locais podem fazer é ir aos tribunais obter mandatos judiciais para fazer cumprir a lei; devendo, por sua vez, o Parlamento revisitar a lei florestal e inequivocamente reforçá-la para que se puna severamente os proprietários que desprezem o bem estar físico, psicológico e material do colectivo.

Quanto ao associarem-se a esta ou aquela organização cada um é livre de o fazer ou não, porém ficará legalmente obrigado a manter o seu espaço limpo sob pena de pagar uma multa correspondente a cinquenta (50%) por cento do valor do terreno. Por último, os restantes dois (2%) por cento de floresta pertencente ao Estado terá de ser obrigatoriamente limpa pelos desempregados que estejam a subsídios.

Mas afinal, o quê e quem matou 64 vítimas e feriu outras 200 pessoas em Pedrogão Grande?
  • Fogo posto?
  • Alteração momentânea do clima?
  • Uma árvore vítima de trovoada seca?
  • Incompetência governamental?  
Ninguém está interessado, incompreensivelmente varreu-se da memória o inferno florestal vivido no ano passado em Portugal Continental e Ilha da Madeira. Neste país, o desgaste emocional, a perda física e a corrosão do capital florestal é inusitadamente resolvido da seguinte forma: o presidente da república afectuosamente abraça e consola um qualquer secretário de estado que esteja ao seu alcance, ao mesmo tempo que destila reflexões filosófico-religiosas; a ministra da Administração Interna, Connie Urbano de Sousa, tal qual uma baby frágil, afastava com o dedinho as águas salgadas que lhe saltavam das órbitas oculares: coitadinha!

O primeiro embate como todos vimos foi o reality show da parolice; seguidamente é a desresponsabilização no seu melhor: investiguem este ou aquele departamento; vejam se o GNR e o bombeiro que afirmaram que o tal SIRESP falhou, estão perto da reforma ou se há algo obscuro contra eles, e obriguem-nos a vir dizer que se enganaram e que o sistema estava aux point; Connie Urbano de Sousa não se demite porque ela é eficaz, tem a confiança de António Costa, tal como confiou no ministro das finanças, quando mentiu no caso da Caixa Geral.

“Constança, querida, a sua demissão é uma obrigatoriedade justificada, não é uma questão pessoal, if you will, é uma questão de falta de coordenação no sector por si chefiado; right?”

Num outro governo socialista, o ex-ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho, demitiu-se em 2001, na sequência da queda da ponte Hintze Ribeiro, em Castelo de Paiva. Portanto, segundo as suas palavras no DN/TSF “iria satisfazer uma certa apetência que alguns têm pelo sangue, se quisermos” a Connie está a afirmar que Jorge Coelho ao demitir-se não foi um homem íntegro, conhecedor da ética política e com um elevado sentido de solidariedade humana ao sentir empatia com as famílias das vítimas que foram engolidas pelas águas do Douro...

O governo de António Costa está a cuspir no sofrimento de todos os portugueses, porque quando há um incêndio todos nós de norte a sul, incluindo os emigrantes, descabelamo-nos emocionalmente e aqueles que perdem familiares ficam traumatizados. A propósito de trauma, que raio de história foi aquela de se discutir na praça pública o acompanhamento psicológico aos sobreviventes de Pedrogão? Achei descabido visto que numa situação daquela magnitude, a parva que se intitula Ministra da Administração Interna, a tal Constança Urbano de Sousa, deveria ter pegado no telefone e convocado a Ordem dos Psicólogos para enviar os seus associados ao local do sinistro, ponto final.

Recebi vários telefonemas de condolências e solidariedade por parte dos meus palls e, ao analisarmos a ocorrência em Pedrogão Grande, um deles advertiu-me para que as autoridades verificassem as câmaras de vigilância desde as fronteiras com Espanha. Fartei-me de rir porque nem sabia da existência de tais dispositivos em Portugal.

Um outro dominado pela ansiedade alegou que ao analisar o asfalto, numas imagens que lhe chegaram às mãos, o alcatrão sugeria que as pessoas tivessem morrido calcinadas vivas; retorqui que os médicos haviam afirmado ausência de sofrimento atroz devido à inalação de dióxido de carbono, ele esclareceu que se assim fosse as portas dos carros estariam abertas e a disposição dos carros seria diversa da que se vê nas imagens; acrescentou ainda que a mossa e a ondulação no piso indicavam contacto com algo metálico extremamente potente. Secundando Paul, o Mason referiu-se também às câmaras de vigilância, porque o tal aparelho foi deliberadamente introduzido e testado em Portugal.

Ao embater no alcatrão imobilizou magneticamente as viaturas, impossibilitando a fuga das pessoas ao mesmo tempo que destruía a floresta que é a maior fonte de oxigénio; um bem económico e o sustento de muitas famílias. Eu retorqui dizendo que as autoridades periciais haviam declarado uma árvore apanhada por trovoada seca como o ground zero. Disse “I beg to differ, the tar in PG is the ground Zero; check the cameras ; do you understand?”

Seja como for, o povo tem de exigir que quatrocentos e oitenta e cinco milhões e quinhentos mil (485.500.000) Euros que foram pagos pelo SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) devam ser devolvidos para que o país mande colocar em órbita um Satélite de vigilância e prevenção dos fogos em território nacional; a árvore que foi a causadora da catástrofe de Pedrogão Grande tem de ser exibida ao povo; o governo de António Costa deve ser responsabilizado pelos 200 feridos e pelas 64 mortes se nenhuma acção digna for tomada nos próximos dias.

António Costa, embora regresse somente em Agosto, estarei atenta aos teus “moves”.

Até Agosto

P.S: Deputado Fernando Negrão não fique agastado por o PS não ter convocado o PSD para a discussão do pacote de medidas para a floresta: porque não passará disso mesmo: uma discussão. O faux-pas de Pedro Passos Coelho, não passou de um pequeno vazamento da verdade; e além do mais já fez o seu acto de contrição; por isso Monsieur Costa António écoutez-moi: noblesse oblige et a ce point lá, vous êtes dans la merde; como tal, é aconselhável que recolha os seus Baskerville hounds das redes sociais.  


(Imagem: Fogo em Pedrogão Grande - RTP/Google Imagens)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

Comentários

  1. A ministra só tem de se demitir, principalmente se por muito menos outros tiveram de o fazer. Estes fogos revelaram mais uma vez os jogos de compadrios que rolam em Portugal.
    Mas como não entro nesses esquemas, não me delongarei em comentários. Prefiro investigar se a causa foi terrorismo ou não.

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    1. Olá, CCG!
      Os meus conhecimentos insinuaram que se tratou de um ataque externo e que Portugal foi seleccionado para testar uma arma que produziu uma descarga electomagnética ao embater na estrada. Can you imagine...

      Shabbat Shalom, cara mia

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  2. Olá Lenny,

    Primeiro, aqui fica o tal artigo do "famoso" Sebastião Pereira:

    http://www.elmundo.es/internacional/2017/06/21/5949632cca4741045d8b45db.html

    Segundo, a ministra da administração interna tem de se demitir, ponto final. Não vou tão longe quanto a admitir a queda de António Costa, mas não me surpreenderia que ele caísse por causa deste caso (o que seria uma ironia: cair não por causa dos dados económicos negativos, mas sim por causa das negociatas e dos amiguismo que insistem em emperar em Portugal).

    Comecemos por investigar os accionistas da empresa por detrás do SIRESP, e depois as suas ligações com o PS, o governo e afins. Se havia soluções mais baratas e mais eficazes para prevenir estas tragédias...por que razão o SIRESP foi a escolha final? Food for thought.

    Beijocas e até Agosto

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    1. Olá, Max!
      Eu pensei que o Tribunal de Contas fosse também para questionar e prevenir desperdício de Fundos: engano meu.
      Ó pá, eu tenho dúvidas quanto aos dados económicos, apresentados pelo Cristiano Ronaldo das finanças português, ele mentiu no assunto da CGD; quem mente numa coisa tão pequena: para bom entendedor ...

      Os accionistas do SIRESP são sempre os mesmos Esegur, Datacomp, Galilei, PT Participações e Motorola. Como não podia deixar de ser um relatório atestou que o seu sistema foi eficaz no inferno de Pedrogão; acreditas nesta tonteria? olha se calhar os eucaliptos combinaram entre si de que iriam este ano destruir aquela localidade de Leiria: ridículo!

      Amore mio, até Agosto e Shabbat Shalom!

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  3. Concordo com o que os demais aqui disseram, a ministra tem de se demitir e mais nada! A lenny pergunta porque não se lançou um satélite, porque seria mais barato? Ó minha cara amiga, então não sabem como as coisas funcionam aqui em portugal? Eu como, tu comes, ele come, nós comemos, vós não comeis, eles poderão comer. Se enviarem um satélite através de uma empresa estrangeira, será eu não como, tu não comes, ele não come, nós não comemos, vós comeis, eles comem, e isso não pode ser! É preferível morrerem uns quantos portugueses, e outros perderem a sua casinha. Também é preferível distrairem-nos com a guerra ao eucalipto! Um abraço JP

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    1. @JP LOL boa conjugação de verbos. LOL

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    2. Olá, João Pedro!
      A ministra não quer largar o osso, essa gente morreu por culpa própria; ninguém mandou viver numa zona cheia de eucaliptos e ainda por cima mal plantados. A ministra fartou-se de avisar acerca do perigos de não se respeitar a lei e multou os faltosos e a coordenação entre o seu ministério e as Câmaras Municipais foi simbiótica. Sou uma menina zelosa do bem estar do povo, as populações não me quiseram dar ouvidos e depois olha....agora não me venham chorar no meu ombro, farta de chorar de raiva de vós, estou eu desde que deflagrou a porcaria do incêndio.
      Espero que eles se engasguem nessas iguarias, quando alguém no ministério público resolver olhar para esses repastos clandestinos.

      Aquele Abraço, mon pote!

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  4. Queremos todos saber o que afinal aconteceu e ninguém diz nada! Agora tem outro problema, os dinheiros angariados para ajudar as vítimas: onde estão que ainda temos pessoas sem casas?

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    1. Olá, Maria!
      O dinheiro ainda irá percorrer uma longa fila da burocracia. Se calhar vão sugerir que cada um se arrange e apresente o recibo e só depois será ressarcido.
      Ninguém vai falar nada, minha amiga; estão todos coniventes com ou em alguma coisa.

      Estimei vê-la por cá

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  5. O PS tem uns trolls muito bem organizados, mas eu gostaria de saber de onde sai o dinheiro para pagar isso! Tá-se a falar de voluntários movidos pela ideologia ou tá-se a falar de otários que se vendem por dá cá aquela palha com fundos públicos? É preciso ver isso pá. Gostei deste vosso blogue, hei-de voltar!

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    1. Olá, Claúdio!
      O dinheiro sai do saco azul do Partido Socialista.Poucos serão profissionais e a maioria será malta da JS com a promessa de num futuro muito próximo virem a ser deputados os secretários de estado: uns vendem-se a curto prazo e outros a "la longue".

      Volte! Estamos sempre prontos para dois dedos de conversa.

      Cumprimentos

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  6. Olá meus amores!!! Então os teus amigos dizem que foi terrorismo, não é? Não me surpreende! Portugal já virou um alvo há muito muito tempo só que o governo finge não saber e também não prepara os tugas. Bonito!! Yah, a Connie que se demita porque já não tem legitimidade para continuar a exercer funções! Shabbat Shalom e boas férias!

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    1. Hey,hey, hey..!
      Os meus amigos afiançam-me de que foi terrorismo, sim senhora!
      Não se pode dizer nada, porque a palavra de ordem da Internacional Socialista é solidariedade (não a de Lech Walesa) com os sofredores dos muçulmanos de todo o mundo, os quais não se ensaiam em rebentar com os infíeis, seja de que modo for: violação, facada, atropelamento, bomba...you name it.

      "Constança Urbano de Sousa para a rua, já"

      Até Agosto, querida e Shabbat Shalom!

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