O Combate ao Terror de França e a Irresponsabilidade do Papa Francisco


O mundo neste momento é um lugar muito interessante, por isso comentarei dois eventos espantosos: a França está a fechar Mesquitas e a expulsar imãs; e o Papa Francisco fez uma declaração irresponsável acerca do terrorismo islâmico.

A Iniciativa de Contra-Radicalização Francesa

A República Francesa anunciou um programa que visa o fecho de mesquitas (que preguem radicalismo) e expulsem os imãs estrangeiros. Para além do mais, o financiamento de mesquitas não será mais feito por países estrangeiros mas sim por um Fundo francês, afim de evitar a radicalização dos cidadãos nacionais que professem o Islão.

Trata-se de um projecto de CT a longo prazo que a curto prazo não terá grandes resultados, por isso, seria interessante saber como é que o governo francês pretende combater os elementos terroristas cultivados em território francês que agora ameaçam a segurança nacional do país. As autoridades francesas irão expulsar 80 imãs, só que estes já fizeram o seu trabalho e só D*us sabe quantas células ajudaram a criar. Para além do mais, para quem trabalham estes líderes islâmicos: para um determinado país, para uma organização específica ou será que servem os interesses da Jihad Global?

De momento, esta medida serve para agradar ao palato das massas e, com toda a certeza, foi desenhada para mostrar que o governo está a fazer algo para combater o terror; não obstante, nada irá funcionar enquanto a França insistir na implementação das mesmas políticas para o Médio Oriente. Se a retórica política não mudar, se a política permanecer imutável, então as medidas acima descritas nada mais serão que uma futilidade.

A Declaração Irresponsável do Papa Francisco

O Papa Francisco disse que o Islão não deveria ser identificado com a violência: “Penso que não esteja certo identificar o Islão com a violência, (..) Isto não está certo e não é verdade.” O Sumo Pontífice também evitou o emprego da palavra Terrorismo ao mesmo tempo que equiparou o termo inefável com a violência doméstica. Desconheço os pensamentos do Vaticano acerca deste comportamento Orwelliano, mas posso dizer que o Papa se desacreditou (mais uma vez) ao fazer uso da Nova-Fala:
“Não gosto de falar acerca da violência Islâmica porque todos os dias quando olho para os jornais vejo violência aqui em Itália – alguém que matou a sua namorada, alguém que matou a sua sogra. Estamos a falar de católicos baptizados.” - Papa Francisco
É compreensível que um líder espiritual tenha que reduzir o tom da sua retórica e manter as ovelhas calmas (já que o pânico poderá ser fatal), contudo, as pessoas inteligentes não podem aceitar este exemplo escandaloso de Duplo-Pensar.
  1. Ao transmitir a sua opinião (i.e. “Eu penso” e “Não gosto de falar de”), o Papa empregou a palavra “violência” em vez de “terrorismo”. É claro que o Santo Papa não se deu ao trabalho de aprender a definição de terrorismo; mas o que mais causou perplexidade foi ouvir o Papa fazer uma comparação absurda com os Católicos, tal como o presidente Obama e os seus comparsas quando falam de Islão vs Cristianismo. 
  2. O que estamos a assistir não é Violência Islâmica mas sim Terrorismo Islamista porque o que estes elementos criminosos islâmicos estão a fazer é atacar civis, de propósito, para atingir objectivos políticos (ver a Definição de Terrorismo). 
  3. Neste momento, não vemos um único Terroristas Católico a atacar civis, em nome do Catolicismo, para atingir objectivos políticos. Logo, o Papa ultrapassou todos os limites e foi contraproducente. 
  4. A violência doméstica, e outro tipo de crimes, não é perpetrada com o propósito de obter ganhos políticos. Estes crimes não são nem trans-regionais nem trans-nacionais. E se pensarmos nos homicídios em série também não são levados a cabo para propósitos políticos, não são baseados numa ideologia religiosa, e são também limitados no seu alcance. Por isso, de novo, a comparação do Papa foi infeliz. 

O Papa Francisco pode não gostar de falar disto ou daquilo, só que os seus gostos e desgostos, os seus pensamentos, as suas opiniões, não obliteram a dura verdade. E optar por ignorar a verdade não resolve o problema. Posto isto, com todo o devido respeito, o Papa Francisco não está ajudar no combate ao Terror – e se as pessoas como ele continuarem com a retórica contraproducente mais civis irão perder a sua vida. Mais alguém quer sangue nas suas mãos?


(Imagem: Natureza Morta com Instrumentos Musicais - Evaristo Baschenis)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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