A política deveria ser oca de emoções.
Há dois exemplos de como as emoções tolas turvam a razão:
1- O apelo feito pelo Presidente da Comissão Europeia
2- O protesto japonês contra a nova lei militar nipónica.
Apelo aos corações dos Europeus, Obliteração das suas Mentes
Jean-Claude Juncker, há cerca de 14 dias, escreveu um artigo extremamente emocional que apelava à coragem colectiva dos Europeus “para honrar os nossos compromissos – mesmo quando não são fáceis, mesmo quando não são populares.” isto é, ter a coragem colectiva para carregar um ainda mais pesado fardo social.
"Quando falamos de migração, falamos de pessoas. Pessoas como eu ou você, mas que não são iguais a nós porque não tiveram a sorte de ter nascido numa das regiões mais ricas e mais estáveis do mundo. Falamos de pessoas que tiveram de fugir da guerra na Síria, do terror instaurado pelo Estado Islâmico na Líbia e da ditadura na Eritreia." - Jean-Claude Juncker
O texto do Sr Juncker – descrito por muitos leitores como “uma composição da primária” - é o perfeito exemplo da estratégia falhada de aplicar emoções à política.
Não só foi o apelo mal recebido pelos cidadãos europeus – que já olham para a UE como intrusiva e uma ameaça à soberania dos seus respectivos países – como também levantou muitas questões. Por exemplo, após a leitura do mencionado artigo, as pessoas perguntaram-se porquê que a Comissão Europeia insiste em colocar um fardo ainda maior nos ombros dos estados-membros, quando estes ainda se encontram a tentar criar emprego para os seus cidadãos (competindo assim com países como a China), reduzir as suas despesas e arranjar soluções para problemas sociais existentes (e.g. o falhanço do multiculturalismo e o aumento de terroristas domésticos). As pessoas também se perguntam porquê que a Comissão Europeia insiste tanto em trazer migrantes Islâmicos para a Europa em vez de se focar em trazer os refugiados cristãos que são perseguidos nos países Islâmicos. Para além do mais, os europeus também se perguntam porquê que a Comissão não se concentra em desenvolver os países dos migrantes africanos para que eles não se sujeitem a traficantes humanos (ainda que esta seja uma questão com mais de duas décadas que permanece relativamente sem resposta).
O tolo artigo de opinião do Sr Juncker pode muito bem estar a esconder uma agenda específica, uma que se poderá revelar nefasta para a União Europeia já que ignora os relatórios dos serviços de informação que mostram os planos e métodos de grupos como o ISIS para infiltrar a Europa através da rota da migração.
“(..) propusemos a criação de um mecanismo de relocalização para ajudar os EstadosMembros através da relocalização de uma pequena parte do elevado número de pessoas que necessitam verdadeiramente de proteção internacional que chegam a Itália e à Grécia.” - idem
Como é que a Comissão Europeia irá verificar em termos absolutos quem são as “pessoas que necessitam verdadeiramente” de protecção? Países como Portugal e Áustria permitiram a entrada de “refugiados sírios” (incluindo crianças), fornecendo-lhes cuidados conforme os valores humanitários europeus, somente para os verem abalar para a obscuridade – desde quando é que refugiados têm acesso a uma rede, no país anfitrião, capaz de os fazer desaparecer de hospitais e do radar das autoridades? Não, a Comissão Europeu não está em posição de dar garantias no que toca à segurança e bem-estar dos europeus.
Nós, enquanto membros do colectivo europeu, gostaríamos de saber o seguinte:
- Porquê que a Comissão Europeia não enceta negociações como os países árabes mais ricos e estáveis para receberem os seus irmãos?
- Porquê que a Europa tem de carregar mais esse fardo quando ainda se vê grega para providenciar emprego e garantir as pensões dos seus cidadãos nacionais e imigrantes legais?
- Porquê que o Presidente da Comissão Europeia está a tentar desacreditar o carácter e a inteligência dos cidadãos europeus como se estes não soubessem a diferença entre imigração legal, imigração ilegal e infiltração?
- O que é que a Comissão Europeia está a receber (ou o que prometeu) em troca desta crise migratória?
- Quando é que a União Europeia irá começar a colocar a sua Segurança Regional e Costumes à frente de um humanitarismo cego que tem causado uma gradual erosão da segurança, tradição e cultura europeias?
“Um sistema de moralidade baseado em valores emocionais relativos é uma mera ilusão, uma profunda concepção vulgar que nada tem de são nem de verdadeiro.” - Sócrates
A Armadilha Psicológica Japonesa
Alguns sectores da sociedade japonesa, incluindo o Imperador, preferem enfiar a cabeça na areia de modo a não enfrentarem a actual conjuntura regional, na qual o Japão se insere.
Sem dúvida, o medo é compreensível já que no passado a “auto-defesa colectiva” colocou o Japão numa posição difícil (quando optou por se unir à Alemanha de Hitler) contudo, há que perguntar se este país se poderá conceder o luxo da indolência quando a China pratica uma Política de Poder e emite sinais de incremento militar (i.e. o desfile militar da semana passada [que incluía 12.000 soldados, 500 peças de equipamento e cerca de 200 aviões] cujo “armamento está de momento em serviço activo” – fonte (em Inglês)).
A China declarou que a demonstração militar da semana anterior “represent[ava] o novo desenvolvimento, obra e imagem da criação das forças armadas chineses,” declaração essa que exige um esclarecimento do emprego de expressões como “armamento...em serviço activo”...activo para qual serviço e quando? Como as respostas a estas perguntas são opacas, o actual governo japonês teve a visão certa quando alterou a lei.
Reformar o Artigo 9º da Constituição, para além do óbvio, permitirá ao Japão construir umas forças armadas fortes, modernizar o seu arsenal, preparar melhor as suas tropas, participar em exercícios militares no estrangeiro (para ganhar experiência em cenários diferentes), actualizar-se em cenários de guerra modernos e contribuir para a Segurança Internacional (porque para receber há que dar). Logo, a reacção emocional de certos grupos pacifistas nipónicos (i.e. que conduzem as pessoas a olhar para um cenário restritivo) é suspeita e merece uma profunda leitura para aprendermos quais os interesses que tais grupos servem.
Entretanto, os japoneses não devem cair na armadilha psicológica da culpa porque nenhuma Potência está isenta de culpabilidade moral. Na verdade, o Japão não se pode dar ao luxo de cair nela...
"Vencem-se batalhas quando se conhece o timing to inimigo, e quando se emprega um timing com o qual o inimigo não conta” - Miyamoto Musashi
(Imagem: Floor Scrapers - Gustave Caillebotte)
Vi uns videos onde os tais coitados estão a rejeitar comida, água e até a atacar a polícia! Pois, são realmente uns desesperados, bando de bandidos! Espero que portugal fique de fora da confusão que se aproxima.
ResponderEliminarOlá Anónimo :D!
EliminarTambém vi essa série de videos: é assustador.
Espero o mesmo.
Anónimo, obrigada pelo seu comentário :D.
Cumprimentos
Olá, Max!
ResponderEliminarSempre que houve guerras na Europa, os jovens (rapazes e raparigas) alistaram-se para defender o seu país e os que fogem, como essas hostes da arruaça muçulmana, são considerados desertores de guerra, cobardes e cidadãos sem honra.
Andam a atirar pedras à polícia, deitar comida e água fora e a gritar as porras do costume numa posição de força em terra alheia? Fora com os arruaceiros da Europa, só devem ficar (até a guerra acabar) velhos debilitados e mulheres com crianças pequeninas.
Todos esses rapazes do Paquistão, Afeganistão, Eritreia e Síria que andaram a lutar nas fileiras do Khorasamn e que agora vieram para cá para viver à custa dos subsídios (suor dos contribuintes europeus) devem ser recambiados sem delongas para os seus países de origem.
Meu Deus, quando estávamos a pensar que o pior da crise já passou, que iríamos forçar o governo a devolver os arrestos feitos sobre os salários e pensões; os políticos querem sufocar-nos de novo, com essa treta de imigrantes ilegais e arrogantes: que porra vem a ser esta?
Primeiro devemos devolver a dignidade aos que sofreram o cão, durante a crise: nós europeus; depois os outros mas lá na terra deles; até porque os ocidentais estão habituados a fazer doações por dá cá aquela palha.
Quanto aos japoneses: criem juízo porque a China só está a espera do momento certo para os abocanhar como fez com o Tibete.
Bom trabalho boss e beijocas
Olá Lenny :D!
EliminarMuitos europeus estão a dizer o mesmo: os nossos jovens ficaram e lutaram contra os Nazis (Vive la résistance!). Mas estes não ficaram para defender a sua terra, entregando-a de mão beijada ao ISIS/AQ.
Ora bem, levantaste uma boa questão: o Khorasan. E para bom entendedor meia palavra basta.
Concordo em relação ao Japão.
Lenny, muito obrigada pelo teu comentário :D.
Beijocas
O Juncker que vá dar uma curva. Quando a europa arder quem é que nos vai valer? Ele e as suas parvoices? Não, nós que andámos a avisar as pessoas é que vamos ter de nos desenvencilhar. O mesmo aconteceu na 2ª guerra mundial, não foi? Pois...
ResponderEliminarOlá Carla :D!
EliminarAté a Alemanha que contava poder ser benevolente in extremis já se está a queixar...
Assim vai a Europa. Os outros que abram o olho.
Minha cara, obrigada pelo teu comentário :D
Um abraço