Portugal: O Novo Estado Social



Já sei que os meus leitores esquerdistas vão dizer “lá vem esta com mais um ataque a uma das grandes conquistas da Revolução dos Cravos”; os meus pares conservadores vão suspirar e pensar “o quê que ela quer agora”.
Ó pá, eu juro-vos que sou a maior fã do estado social, mas este tem de estar direccionado para a elevação material e política do povo português.

Embora, todos saibamos quão mau gestor é o Estado, na minha opinião o serviço de fornecimento de água, saneamento básico, recolha de lixo, um Banco, uma Seguradora, uma estação de rádio, um canal de televisão, hospitais, Educação, Segurança Social, Serviço Nacional de Saúde, Obras Públicas e sua manutenção, têm de  impreterivelmente ser de responsabilidade estatal.
Os transportes (Metro, TAP, Comboios, Transtejo, Soflusa e Carris), a Eléctrica e a RTP devem ser privatizados mas, devido ao seu interesse estratégico, o Estado deverá fazer-se convidado para ser accionista em perpetuidade de 1% com direito de veto – desde que lesasse os interesses nacionais e dos consumidores.
Contudo, sem a perpetuidade de 1%, o ramo da educação, saúde, empresas de comunicações (TV, Rádio e jornais), electricidade, transportes poderão ser totalmente privados desde que se sujeitem à regra de não lesa-consumidor e, de interesse nacional, através dum mecanismo dissuasor controlado pelo Estado.
As Parcerias Público Privadas devem ir ao ar. Se o governo tiver um sector que não possa momentaneamente gerir, deve então através de um leilão público (esqueçam cartas fechadas e merdas que tais) dar uma concessão por X anos e calmamente receber a renda anual sem descontos, nem subsídios, afinal: quem pode manda e, quem quer paga!
O Estado deve acabar com os subsidios às escolas e às fundações privadas. As escolas que reinventem maneiras de cobrirem os seus custos e as fundações que aprendam a fazer um peditório anual.

Para que o estado seja mesmo social, o subsídio de reinserção social tem ser temporário e sujeito a revisões periódicas; as bolsas de estudo devem ser só para quem frequenta escolas públicas, onde o pagamento das propinas tem de ser proporcional com o rendimento dos pais; mesmo numa economia de mercado, o Estado deve poder controlar o preço das fraldas e leite para bébés; o preço do pão, lacticínios, hortaliças, rendas de casa, preço da electricidade, as mil e uma taxas impostas pelos bancos e companhias de telecomunicações – autênticos impostos – cobrar os tributos a todos os cidadãos sem excepção porque o salário minímo deverá ser €1.000 mensais.

O abono de família deve ser substituído por um rebate no IRS e, todos os outros subsídios que só servem para comprar votos deverão ser obliterados. Todas as outras necessidades temporárias dos cidadãos devem ser supridas pelas instituições de caridade e fundações privadas que até recebem muitas benesses do Estado, logo, devem retribuir para a sociedade cívil.

Eis, meus senhores, a minha visão do Estado Social: onde os cidadãos nascem, crescem, estudam, trabalham, descontam para a SS, pagam o seu IRS e o Estado não é dono nem pai de ninguém.
O  actual estado social é um mecanismo que incentiva os cidadãos ao laxismo e, se não fôr revisto estaremos de novo - em menos de uma década - com uma mão na frente e outra atrás, de chapéu estendido, a pedir novamente resgates acompanhados de humilhações.

Até para a semana

Comentários

  1. Olá Lenny,

    Os subsídios devem ir para quem realmente não pode trabalhar e, logo, não tem como se sustentar ou para quem precisa de assistência in extremis: pessoas com deficiências extremas, pessoas que tenham familiares com deficiências extremas a seu cuidado, pacientes de psiquiatria que não funcionem em sociedade, mães solteiras sem apoio familiar; etc.
    O Estado Social deve estar lá para dar apoio aos cidadãos que precisem de ajuda até arranjarem emprego (e com a ajuda do estado devem arranjar um, e quando digo isto é para aceitarem o emprego que aparecer, não é para cherry pick como muitos fazem em Portugal), deve estar presente para orientar as pessoas e proteger os orfãos, as viúvas e o estrangeiro de modo a poderem vir - de alguma forma - a contribuir para o progresso do país.

    O meu argumento, de um modo geral, é que o Estado Social não deve servir para incentivar à preguiça e à fraude, mas sim para dar assistência e orientar as pessoas tendo em vista o futuro económico do país - não a sua delapidação. A caridade deve ser levada a cabo por instituições privadas.

    Beijocas e bom trabalho

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    1. Olá, Max!

      A mãe solteira deve também trabalhar, graças a Deus em Portugal temos em todo o território, uma rede razoável de creches que dão apoio as crianças menos favorecidas. Se a mãe ganhar só €1.000 deve evitar a todo o custo viver nas grandes cidades, pois o arrendamento tende a ser mais caro.

      Concordo inteiramente com o teu primeiro parágrafo.

      Shabbat Shalom, boss!

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    2. Lenny, claro que a mãe solteira deve trabalhar mas eu refiria-me às mães solteiras que não só ganham salário mínimo (€500) como também não têm qualquer apoio familiar - essas merecem apoio do estado. Agora, aquelas que ganham bem e ainda se vêem com apoio da família, não devem ter direito a nenhum apoio do estado em termos de subsídios, mas talvez em termos de IRS? Não sei, seria algo a pensar.
      A ideia de sair das grandes cidades é boa.

      Beijocas e boa semana

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    3. Hey, boss!

      Mas sendo o Estado Português o maior empregador, este deve dar o exemplo aumentando o salário minímo para €1.000. Assim evita-se essa treta do subsídio, cuja função é conceder poder aos governos para subjugarem os recipientes da ajuda, assim como para também comprar votos e, perpetuarem-se no poder.

      Para aquelas/eles que não têm apoio familiar devem poder fazer mais descontos no seu IRS: é mais justo e mais dignificante!

      Bjcas e boa semana de trabalho!

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    4. Lenny,

      Pensei que o estado só pagasse menos de €1.000 a estagiários; mas não sei nada acerca dos que limpam...

      Tens razão acerca dos descontos no IRS.

      Beijocas e boa semana de trabalho para ti também.

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  2. Sou contra subsídios seja de que forma fôr porque promovem a preguiça. Sim, muitos dizem que não mas a verdade é que não podemos ignorar a natureza humana: se alguém me dá algo para quê me matar a trabalhar quando posso ter algo sem fazer coisa nenhuma? Se pegassemos nos fundos direccionados para os subsídios e os colocássemos no pool das pensões, os nossos velhos não teriam pensões de 200/300 euros depois de anos de trabalho! Bom trabalho, lenny e bom ano!

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  3. Olá, Celeste!

    Ai, fadista...!
    Os anciãos portugueses são quase todos uns indigentes; e a coisa piorou quando o ex-primeiro ministro socialista mudou o cálculo das mesmas em 1996.
    O ex-premier Guterres lixou os velhos e criou o subsídio de rendimento minímo para beneficiar os indolentes e os fraudulentos: são assim os socialistas.
    Um abraço e votos de um ano auspicioso!

    P.S. O avatar novo é mais sofisticado, heeheehee...

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  4. Caridade é para a santa igreja. O estado não deveria desempenhar esse papel, acho eu. Mas enfim estes socialistas que nos querem destruir de tudo farão para esvaziar os nossos cofres, lenny. Oremos porque é tudo o que nos resta!

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    1. Olá, Maria Joaquina!

      Olhe eu costumava dar para as missões, devido ao trabalho da Igreja em África; era um trabalho gratificante diziam-me as pessoas que se voluntariavam para essa obra de Deus.
      Enfim a Igreja católica deixou de interessar-se pelo continente negro, deixaram o trabalho de evangelização para os nascidos de novo (evangélicos e outros) e também abandonaram o continente à islamização.

      Aquele abraço, minha cara!

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