António Costa: não quero a sua proximidade



O sr. Costa disse num encontro de socialistas em Benfica que quando fosse governo iria “reconstruir a confiança no país, mobilizar as pessoas, com uma governação de proximidade, com diálogo político, transparência e gestão com rigor” e de caminho iria igualmente “resgatar Portugal à descrença”.
O sr.Costa terá também dito que não se concentraria no passado, mas foi sol de pouca dura, porque de imediato, relembrou aos presentes no encontro, alguns episódios que se haviam passado durante a governação do PSD na Camâra Municipal de Lisboa.
O sr. Costa comentando sobre a vitória do Syriza na Grécia, afirmou “é um sinal de mudança e pode ser também um sinal de esperança” e, para reforçar este sentimento, o Partido Socialista mancomunado com o seu líder terá  alegado que uma alternativa do tipo Syriza para Portugal seria uma possibilidade...“Syriza à portuguesa? Sim. Podemos”.
Oh...já percebi tudo! O governo do senhor António Costa – o goês católico – seria basicamente: Fé, Esperança e Caridade.

Eu sei que os valores acabam influenciando, involuntariamente, a conduta de cada um; é por isso que, na maioria dos países democráticos e civilizados, existe um freio político chamado: laicismo ou secularismo.
Mas seria interessante, se não fosse contraproducente, ver o governo de “proximidade, resgatar Portugal à descrença” e conciliar tantas fés – os que crêem na fé, os que ainda querem ser convencidos da crença numa fé, os que têm fé de que não crêem em nenhuma fé e os que ignoram todos esses conceitos, desprezando aqueles que não crêem na sua fé: indiferença.
Porém, seria interessante, se não fosse naïf; ver o diálogo político mobilizar as pessoas com promessas baseadas na Esperança: poça esta é ferida da dicotomia angustiante, é conflituosa e por vezes é letal; porque se existe a probabilidade de “quem espera alcança”, há também a possibilidade de “quem espera desespera”; logo, quantas possibilidades de vida quer o Costa arriscar?
Por fim, seria interessante, se não fosse entediante, ver como se aplicaria a Caridade – i.e. Love – porque se o sr. Costa for implementar as baboseiras do Estado Social sem ter cheta, a dívida não aumentará somente 8 mil milhões num ano: Portugal irá para a falência de novo.

Pois bem, sói dizer-se “Com o mal dos outros passo eu bem”, mas...não é bem verdade porque quando, em Atenas, o Syriza meter merda pelo ventilador, os gregos farão o que sempre fizeram: irão para a rua e causarão uma versão mais folclórica dum Kristallnacht e, então irão para o brejo os mil milhões de Euros que os helénicos devem a Portugal e - como diria o José Sócrates – “o meu país” precisa desses trocados (que me desculpem os entendidos, mas até ver Portugal ressarcido na íntegra: capital+juros, pelo Mecanismo da UE, este empréstimo está a escorregar pelo cano abaixo).

Senhor Secretário Geral António Costa, por mim, o seu P.S. passaria por uma abstinência de mais quarto anos, conquanto o povo português (ávido pelo facilitismo) se dirija à porta larga; garanto-lhe que e perderá ao elegê-lo. Meu caro, se os pacóvios e os labregos o colocarem no poder, o querido sabe que os espinhos irão dilacerá-lo para além da imaginação, pois a via-sacra do governo PSD/CDS ainda só vai na estação 10.
Babuch, quer mesmo ter fé de que está em posição de entregar os despojos ao povo português de uma assentada - i.e. uma legislatura? Então terá de governar e não gerir, porque se escolher esta última terá que prestar favores a todos, menos servir Portugal.
Não quero a sua proximidade, não dialogue comigo porque eu não o iria entender (tentei dialogar com a Frelimo), não tente resgatar-me porque tenho o dom de me tornar mais forte quando a situação é difícil, não me alicie com esperanças vãs, porque tenho o meu próprio discernimento. Pelo explanado, se por acaso lá chegar (pela via do engôdo), de si não quero a sua fé, nem as suas expectativas, nem sua pena.
Porque Portugal é também meu, de si exijo o cálculo, a frieza e a exactidão dos números.

Até para a semana!    

(Imagem: António Costa, Google)

Comentários

  1. Olá Lenny,

    Primeiro, o António Costa está mesmo a usar o slogan do Presidente Obama? "Yes, we can!"...que falta de criatividade e de personalidade.
    Segundo, o António Costa quer mesmo fundir religião com política? "Fé, esperança e caridade"...quão anti-socialismo.
    Terceiro, o António Costa quer trazer o modelo do Syriza para Portugal depois de tudo pelo que os portugueses passaram para que as contas do país fossem postas em dia? António Costa não deve ser eleito.

    Bom trabalho, Lenny; e que comece a campanha eleitoral aqui no Etnias :D.

    Beijocas

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    1. Olá, Max!

      Tu t'imagine "Oui on peut"...verdade seja dita, ele pode copiar porque os Democratas americanos são uma espécie de socialistas, só que aqueles são mais flexíveis que os nossos esquerdistas ou seja: os Dem não se importam de apoiar e aprovar leis de cariz conservador desde que beneficie o povo americano.
      Os socialistas inventaram o conceito do laicismo; porém quando o Gueterres esteve no poder, a sua formação católica influenciou grandemente as suas políticas sociais. Será que Costa fará o mesmo? Se sim, Portugal irá mesmo a falência e..."o meu país" não merece tamanha desgraça!
      Syriza? Os tais que agora veem com a falácia de pedir indemnizações por danos sofridos durante a II Grande Guerra? Bem.. nós não entrámos nem fomos ocupados; já sei quando estivermos sem cheta, iremos pedir a Espanha que nos indemnize por danos causados em 1640 nos campos de Ourique ;).
      Hey, estamos naturalmente prontas para a batalha de 2015

      Bjcas

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  2. O PS tem de perder e perder feio. As sondagens dizem que só está 4 pontos à frente, mas isso não é nada tendo em conta a margem de erro! A max coloca umas questões interessantes e seria giro ver alguém a respondê-las.
    Lenny, já sei que agora posta às quintas, é mais prático para todos nós que festejamos o Shabbat: obrigada!!

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    1. Olá, Carla!
      Espero que perca, porque este governo tem de completar o seu trabalho e mostrar aos portugueses que é possível viver sem extravagâncias. E provar que os sacrifícios foram um mal necessário para podermos manter a reputação de país que honra as sua dívidas.

      Como dizem pelas bandas de S. M. Rainha Elizabeth II "We aim to please"!

      Aquele abraço!

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  3. Ai não voto neste homem, nem pensar! Ele até pode ser católico, da mesma ordem que eu e tudo mas não poderei votar nele! Então quer destruir todo o bom trabalho feito para termos um exemplo como o syriza? Mas quem é o syriza e ele é lá alguma coisa para aqui chamado? Nós somos portugueses, não somos gregos. E esta obsessão em copiarmos sempre os outros lá de fora, meu Deus!! Olhe, lenny, fez bem em expôr este homem que aparenta ter lugar em Fátima e não em S. Bento. Oremos!

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    1. Olá, Maria Joaquina!

      Exactamente, ser católico não é nenhum certificado de boa governabilidade nem tão pouco um atestado de sapiência.
      O Syriza é um partido de oportunistas e de gente cavilosa: por favor retire as suas conclusões.
      Não somos gregos, não senhora! Para gente desse calibre, já nos bastou termos tido por cá os FUP; lembra-se dessa corja de gente?
      Que Deus abençoe o coração de António Costa e que ele se fique pela liderança do seu partido: conseguida através de um golpe baixo.

      Beijocas, minha querida

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  4. Xii, esperança, fé e caridade na política não funcionam. Eu tinha fé e esperança que a Frelimo fosse construir um futuro maravilhoso depois da independência: yah...não aconteceu! A caridade começa em casa porque quando o governo tenta ser caridoso rouba a uma minoria para dar à maioria, e isso não é justo!
    Eu gostaria de ver um moçambicano no poder mas este homenzinho tem ideias perigosas que podem atrasar a marcha do desenvolvimento.

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    1. Olá, Leila!
      A Fé e a Esperança têm coisas dessas: enaltecem como também desmoralizam. Contudo, para os países a sua singularidade ou mesmo a conjugação das duas, raramente funciona; porque são estados mentais que devem estar absolutamente em perfeita simbiose com o Espírito. Elas exigem uma disciplina mental inexorável, uma grandeza de Espírito imperturbável e uma vontade ferrea para marcar a diferença, deixando um legado incomparável: conheces algum político com o calibre atrás descrito?

      O António Costa não é moçambicano, se não me engano o seu pai é que era moçambicano, mas ele prefere dizer que é goês católico em vez de português católico: txo...ah!
      As ideias do homenzinho são de despesismo descomedido que é o mesmo que dizer falência dos cofres do Estado.

      Bon, je te laisses à penser si....

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