Comentário: Discurso do PM Netanyahu na ONU



O nosso comentário final será sobre o discurso do PM Netanyahu. O Primeiro Ministro israelita fez as devidas ligações entre o IS e o Hamas (mais outros grupos terroristas islâmicos); também combateu os rumores de tensões entre Israel e os Estados Unidos da América (i.e. o cumprimento prestado ao Presidente Obama pela sua estratégia para a Síria); e subtilmente anunciou a posição de Jerusalém em relação à Samaria & Judeia.

PM Binyamin Netanyahu
"Evidentemente não compreendem que o ISIS e o Hamas são ramos da mesma árvore venenosa. O ISIS e o Hamas partilham o credo fanático, que ambos buscam impôr para lá dos territórios sob o seu controle."

Factos são factos, e rejeitá-los é contra-producente:
Al-Baghdadi (IS) "Virá o dia em que o muçulmano caminhará por todo o lado como um Senhor e Mestre...Os muçulmanos irão fazer com que o mundo oiça e compreenda o significado de terrorismo...e destruirão o ídolo da democracia"
Khaled Meshaal (Hamas) "Dizemos o seguinte ao Ocidente...Por Allah vós sereis derrotados. Amanhã a nossa nação sentar-se-á no trono do mundo."
Ayatollah Khomeini (o símbolo da Revolução Islâmica iraniana) "Exportaremos a nossa revolução para o mundo inteiro. Até que o grito 'Não há Deus senão Allah' se faça ouvir por todo o mundo" e "É-nos exigido [pela lei islâmica] que lutemos pelo estabelecimento do Estado Islâmico..."
A Al-Qaeda partilha as mesmas ambições globais provada pela maneira como criaram filiais e afiliados em quase todos os cantos do mundo. Os 5 Olhos sabem-no, por isso o Departamento de Estado dos EUA deveria deixar de fazer cenas e começar a contribuir para a luta contra o inimigo da Paz e Segurança do mundo.

"É por isso que a luta de Israel contra o Hamas não é só a nossa luta. É a vossa luta."

Esta é uma mensagem direccionada principalmente à União Europeia, que já se esqueceu que Israel serve de tampão à Europa (enfraquecida em termos de defesa e intel). Se a cada conflito contra o Estado Islâmico de Gaza, a Europa se levantar contra Israel, então, não deve ser uma total surpresa que os Jihadistas se sintam à vontade na Europa - tal como vimos no passado verão em Londres, Paris, Frankfurt etc.

"O Hamas, que tanto atacou civis como se escondeu atrás deles - um duplo crime de guerra - ao Hamas fazem festas na cabeça. O Concelho dos Direitos Humanos está, assim, a enviar uma mensagem clara a todos os terroristas: Usem civis como escudos humanos (...) Porque funciona"

Esta é uma das porções do PM Netanyahu que incomodou a porta-voz do Departmento de Estado dos EUA, apesar da sua veracidade. Seria interessante ouvir Jen Psaki explicar em que é que a sua opinião pessoal (já que a sua crítica foi expressada na primeira pessoa) é de algum modo relevante para aqueles que simplesmente desejam saber a posição dos Estado Unidos da América em relação a este assunto em particular.
Na perspective americana, o Hamas cometeu ou não crimes de guerra; e irão os membros do UNHRC ser investigados por perverterem este orgão internacional? É tudo que queremos saber.

"Bem, suponho que seja o mesmo universo moral onde um homem que escreveu uma dissertação mentirosa acerca do holocausto, e que insiste numa Palestina livre de Judeus, Judenrein, pode subir a este podium e desavergonhadamente acusar Israel de genocídio e limpeza étnica."

Para os que não perceberam, esta passagem é uma referência a Mahmoud Abbas, sem que lhe tenha sido dada proeminência.

"Mas hoje em dia eu penso que possa funcionar ao contrário: Nomeadamente uma re-aproximação entre Israel e o Mundo Árabe talvez possa facilitar a paz Israelo-Palestiniana. E logo, para alcançar essa paz, temos de olhar não só para Jerusalém e Ramallah, mas também para Cairo, para Amã, Abu Dhabi; Riyadh e além."

Esta porção é a mais importante de todo o discurso: o PM Netanyahu inverteu a mesa ao passar por cima do presidente Abbas - stressando a sua irrelevância (particularmente depois de ele ter provado, na semana passada, que ele não é mais um sócio viável para a paz) - e propôs-se a negociar directamente com as Nações Árabes - a questão é, terão elas entendido a mensagem e aceitarão a proposta?
Há aqui uma oportunidade histórica e se os estados Árabes realmente querem paz e estabilidade na região, têm agora a chance de prová-lo.
Para além do mais, este parágrafo também faz eco à sugestão que o Presidente Obama fez no ano passado; o que reinforça a aliança Israelo-Americana.

Em suma: o PM Netanyahu refutou as falácias do Presidente Abbas; disponibilizou uma previsão ao mundo do que acontecerá se Fatah/Hamas decidirem apresentar queixa no TPI; mostrou à Direita e Esquerda Judaicas que as relações EUA-Israel permanecem saudáveis; e avisou o Ocidente quanto ao engano do Irão.
Medinat Yisrael sabe que os líderes Árabes não gostam do Estado Judaico, sabe que os líderes Árabes fizeram de tudo para impedir que o Estado Judaico prevalecesse; contudo, Israel reconhece que o feitiço se virou contra o feiticeiro e, agora, partilham um inimigo comum - associados, a região será mais estável e pacífica.
Quer gostem ou não, este discurso foi a de um líder regional.


(Fonte da Imagem: Galeria de Fotos da ONU)

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