Partido Socialista: Bicadas entre o Rei e o Súbdito

Retrato do Emperador Rudolf II - Hans von Aachen

Adoro o Estio em Portugal, visto ser a única nação do mundo onde uns, outros e aqueloutros me concedem o luxo de usufruir do tempo para parar e pensar: quási o êxtase!

Uns: são os pseudo-qualquer-coisa que no alto da sua pequenez libertam-se da sua tacanhez, pura e simplesmente com o propósito de clamorosamente realçarem a sua parca noção de juízo e justiça. Sim, adivinharam: falo do dito Tribunal Constitucional.
Depois da lamentável decisão do dito, da decisão da Tróika e das palavras do Comissário Europeu Durão Barroso, inteirei-me do que era o dito Tribunal e, pelo agregado dos seus membros, cheguei à conclusão que estava perante um orgão de índole comunista que mais se aproxima de um júri.
Um júri é uma peça do mecanismo do sistema judicial, a qual é por vezes chamada a intervir num dado julgamento; ora os decisores da semana passada são o júri Constitucional; porque um Tribunal Constitucional deve ser composto por juízes eleitos pelos seus pares, que poderão vir a ser co-adjuvados por alguns elementos da sociedade cívil cujo direito é questionarem sobre a matéria que está a ser debatida e, aqueles decidirão em conformidade, i.e. abrindo ou não precedentes temporais; porque são juízes na verdadeira acepção da palavra.
Portugal deve livrar-se desses orgãos que foram criados sob febre socialista e comunista – estou-me nas tintas se os partidos nomeiam os seus compadres -  porque não foram eleitos pelos seus pares, não são parte do processo democrático, são indivíduos de vistas curtas, não põem a Nação em primeiro lugar, são monopensantes e são sobretudo corruptos porque ocupam um lugar a partir de uma premissa errada (basta ter amigos). Para além disto decidem sempre autisticamente: cor partidária e ideal político... cor partidária e ideal político... cor partidária e ideal político...

Outros: São o José Seguro, líder do Partido Socialista, e os seus comparsas.
É verdade que o PS ganhou as eleições europeias, é verdade que foi um feito para o Seguro; mas é também verdade que o PSD e CDS têm a maioria na Assembleia da República e, é certamente verdade que devido à sua parca vitória nas europeias, José Seguro quer desestabilizar o país ao exigir eleições antecipadas a um governo maioritário e estável, sabendo ele que nunca conseguirá as ditas antecipadas porque o povo português tem por hábito atribuir mandatos de 4 anos ao vencedor das eleições legislativas.
Então, porque raio está agora o José Seguro a espernear quando o seu camarada António Costa lhe quer impedir de saborear a sua vitória europeia e, num golpe baixo, exige a convocação de um congresso para o depôr antes do tempo previsto?
Ó Joe Seguro, não está a gostar de provar do seu próprio veneno; está?
O António Costa só está a fazer o que Joe Seguro anda a fazer a um governo maioritário (e legitímo) que está a 16 meses de ser sancionado pelo povo português.
Como diria a minha avó “agora, come a farinha do comissariado!” ou como diz a meu neto “busted!”

Aqueloutros: é o ancião Mário Soares, Conselheiro de Estado, ex-presidente da república, ex-primeiro ministro, ex-deputado socialista e ex-secretário geral do PS.
Ora na semana passada o ancião Soares disse mais ou menos o seguinte: José Seguro tomou conta do meu Partido, sem a minha permissão!
Claro que o ancião Soares pronunciou uma inconveniência, a qual deva talvez ser uma reacção lógica à pomporrea dos young and restless, porque Joe Seguro, na sua imensa saloíce, esqueceu-se de pedir a benção ao patriarca e fundador do Partido Socialista. Na sua ânsia pela busca da mudança, não buscou conselho, mesmo desnecessariamente, junto dos anciãos – nomeadamente de Soares – e isso foi tomado como uma afronta.

José Seguro, a sua passagem pelo parlamento durante os governos XVII e XVIII do PS, foi totalmente inútil, pois de tão absorto que estava nas suas maquinações estratégicas, a sua soberba cegou-o a ponto de não ter reparado na linguagem corporal de José Sócrates quando se referia à bagagem cultural do dr. Mário Soares ou quando apoiou a candidato presidencial Mário Soares mesmo sabendo que este estava condenado ao falhanço.

José Seguro, sem ter a velha guarda consigo, por favor não ande por aí a gritar que tudo mudou sob a sua liderança. O Seguro sabe bem que o Costa foi mandatado para o desenraízar; então por pura cortesia, Joe Seguro permita-me que lhe faça a interpretação das palavras do ancião Soares:
“Eu sofri  atrocidades inimagináveis e sobrevivi; depois conjuntamente com os meus camaradas fundei o Partido Socialista, por isso, enquanto eu for vivo, o PS é meu de direito. Estou consciente da quantidade de bastardos que proliferam no PS; mas tu, José Seguro, não nasceste, seguramente, na cama do rei!”

Até para a semana!

Comentários

  1. Mário Soares deveria mas é fazer expiação pelos seus pecados: arruinou literalmente a vida de milhões de pessoas com um descolonização feita em cima do joelho, porque a ideologia vinha em primeiro lugar mas não o país! E ainda por cima sujeitou os coitados dos africanos às atrocidades dos movimentos de libertação que ainda hoje mantêm aquela gente captiva com modelos de governação obsoletos!

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    1. Olá, Anonymous!

      Mário Soares foi, é e sempre será conhecido na História da Humanidade como uma pessoa dúbia.

      Quanto aos "coitados dos africanos", já vai sendo tempo de esquecê-lo, e fazer qualquer coisa pela vida: correr com os governantes que ainda não viram ou não querem olhar para a realidade do mundo em que vivem.

      Obrigada pelo seu comentário e boa semana de trabalho!

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  2. Ó lenny, sempre achei o Mário Soares um emproado mas ultimamente ele tem ultrapassado todos os limitesm não acha? Não sei, acho que o poder lhe subiu à cabeça! Um horror! José Seguro é um imbecil, Deus me perdoe, e espero que António Costa o desfaça em mil pedaços! Olhe, preferia o Sócrates!
    Deus a abençoe e já estava com saudades!

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    1. Olá, Maria Joaquina!

      Ele nunca teve limites, precisamente por ser um emproado que deliberadamente escolhe viver fora da realidade. Ele sabe que deve andar para frente, ele sabe que o seu Partido, eventualmente, morrerá se não for renovado; Mário Soares ficou desagradado, porque a sua ubiquidade, foi-lhe sonegada pelo Jovem Joe Seguro.

      José Seguro não é um estadista como esse anátema do Sócrates, mas António Costa é um sacana -como se diz em Moçambique - porque quis arrancar o rebuçado da boca do Seguro; falta ao Costa o sentido de timing.

      Olhe, amiga, estimei tê-la aqui no nosso cantinho; saudades suas, já era mato!

      Deus esteja, também, consigo e boa semana de trabalho!

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  3. O tribunal constitucional é uma vergonha! E nem sequer é constituído por juízes, enfim: mais um tacho; mas o pior é que o tacho quer desempenhar funções legislativas e isso não pode ser!
    Quanto ao Soares e seus fedelhos: volta Sócrates, volta; estás aperdoado! hehehehe e espero que o António Costa ponha o Seguro no seu lugar.

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    1. Olá, Carla!

      A Carla tem toda a razão, o TC é uma vergonha! Se gente desta é que está encarregada de velar pela a nossa "Magna Carta Libertatum" - pois sonho, um dia, ver em Portugal, uma Constituição livre de qualquer tipo de ideologia - os meus descendentes estão condenados a viver numa nação medíocre.

      Em Portugal é suposto o poder ser tri-partido: Presidencial, Legislativo e Judicial; sendo o Povo Português o zelador de todo o Sistema; logo não percebo porque razão uns e outros metem o nariz onde não lhes diz respeito; é caso para dizer "limita-te a exercer somente as tuas competências!"

      José Sócrates deixou Portugal de rasto; esse homemzinho estava ciente da Dívida Soberana em 2009; mas a sua soberba impediu-o de fazer a coisa certa: explicar ao povo português e agir: doesse a quem doesse!

      Bem sei que dirá que, ele tentou com a porcaria dos PECs; pois bem não veio falar directamente aos portugueses: cabeça fria, coração pesaroso e modestamente, de olhos presos no ecrã do televisor, confessar " nós políticos lixámos tudo, deixámos o consumismo descambar, permitimos que os Bancos extorquissem os seus clientes e agora, estamos todos na falência: o Povo, os Bancos, o Governo e a Nação!"
      A verdade dói mas é a melhor arma; portanto para mim, o Sócrates não está perdoado nem esquecido!

      Mais par contre, eu preferiria que o Costa tivesse um "amargo de boca"!

      Ciao e boa semana de trabalho!

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