O Sonho Português

O sonho de Jacob - Ferdinand Bol

Para os Estados Unidos da América, e seus cidadãos, o sonho significa “a busca da felicidade”.
Para os Japoneses é alcance da perfeição.
Para os Africanos sub-sarianos é a coragem de recusarem fundos de países (e.g. China, Rússia e, países ou fundações árabes/islâmicos) que depois penhoram o seu desenvolvimento.
Para os Árabes é o domínio do mundo através duma islamização violenta.
Para os Europeus ocidentais é atingir a Justiça; para os do Leste é sair do purgatório da influência Russa; para os Nórdicos é o “mete-te na tua vida”; para os Alemães é mostrar ao mundo quem manda; para o Português é “A pedra filosofal” de António Gedeão.

Na última estrófe do poema, o poeta diz “eles não sabem nem sonham; que o sonho comanda a vida; que sempre que um homem sonha; o mundo pula e avança; como uma bola colorida; entre as mãos de uma criança”; e, transcrevendo o descrito para a actualidade política em portugal, eu diria que António Gedeão foi o projector dum sonho cuja grandiosidade é indecifrável, porque a visão na sua pedra filosofal não se aplica a Portugal.
Longe de mim cogitar que os políticos portugueses não sonhem; mas qual é a ilação que se pode retirar desse acto?

Ora, se o sonho é estímulo que nos conduz à sabedoria, se é a roda dentada que engrena na perfeição o conhecimento e o entendimento e, que catapulta o avanço humano; porque razão é que os portugueses se sentem desiludidos com os partidos e os seus líderes?
Eu suspeito que a razão seja porque os políticos portugueses não têm o hábito de trabalhar para o povo, ou seja, auscultando-o com frequência sem ser somente na altura das eleições. Os tipos recusam-se a ascender ao poder pela positiva - i.e. em vez de criticarem as acções políticas do adversário, preferem partir para o ataque pessoal fazendo o uso da calúnia. Os parlamentares  portugueses ainda não descobriram que a rotatividade governativa se atinge através de legislação englobante e que beneficie o povo a longo prazo. E, finalmente, talvez seja também porque os dirigentes deste burgo governam de ouvido - i.e. sentam-se em frente à televisão, tiram notas dos comentadores políticos e assim conduzem os afazeres deste lugar.

Chiça, a crise é mais que conhecida, por isso os partidos políticos deveriam refrear-se de pronunciar porcarias sem sentido, como: os portugueses estão enrascados; os pobres estão cada vez mais pobres; a classe média está empobrecida e envergonhada; o governo (eleito e com suporte parlamentar) tem de cair antes do fim da legislatura; este pacto com “a tróika não é uma bíblia”; os ricos portugueses deveriam contribuir para o trilião de euros que a Europa tanto necessita – para os medíocres, em Bruxelas, o desbaratarem na compra de edifícios desnecessários (para lá parquearem o seu rabo, enquanto vomitam legislação duvidosa e, praticarem caridade merdosa a países estrangeiros e grupos duvidosos) etc.
Por isso, os partidos políticos deveriam abster-se de conspurcar a mente dos portugueses com pseudo-vitórias, ou derrotas, nas eleições de domingo porque o establishment partidário foi bem lixado. Mas quem é que no século XXI perde câmaras para o partido comunista? Vergognati, José Seguro...

O povo português está mais que ciente de tudo, e foi por isso que no domingo os independentes levaram a melhor sobre os partidos; naquilo que foi uma clara rejeição do sonho daqueles que pensam que têm de destruir a reputação deste país, e a paz de espírito do povo desta nação, para reconquistar o poleiro.

Fernando Pessoa também disse que “O homem sonha, Deus quer e a obra nasce”; pois é, Deus até quer grandes coisas para este país (a Madonna de Fátima, em 2017, fará cem anos que assentou arraiais nesta nação), mas se o sonho é uma estrumeira, como te atreveste tu, Fernando Pessoa, a pensar que haveria alguma obra maior além da construção de uma ETAR paupérrima?

Comentários

  1. Que final fatal!

    Olá Lenny!

    Primeiro, adorei o post.
    Segundo, as eleições autárquicas revelaram, de facto, que os eleitores estão fartos dos partidos. Estes têm de rever a sua estratégia e forma de comunicação, porque já não está a resultar. Isto de culpa este e culpa aquele sem mostrar resultados palpáveis, já não entretém mais o povo.

    Muito bem, minha cara.

    Beijocas

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    Respostas
    1. Olá, Max!

      Minha linda, estou de volta.

      Boa semana de trabalho

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    2. Bem-vinda de volta, querida! Já estávamos com saudades :D.

      Beijocas e obrigada

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  2. Epá, o PS só faz figuras tristes! E o António Seguro espera mesmo ser PM um dia? Não brinquem comigo!
    Sim, os independentes ganharam; sim, os portugueses estão mais que fartos dos partidos (e é admirar?); sim, os portugueses querem resultados concretos e soluções para os seus problemas, não querem conversa da treta!
    O mais giro foi ver o do BE rejeitar assumir a responsabilidade pela derrota total do seu partido...quer dizer, o que é que ele está a ensinar ao país? Irresponsabilidade, isso sim.
    Mas gostei de ver Passos Coelho assumir a responsabilidade pela falta de estratégia do PSD.

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  3. Ó Lenny, obrigada por mencionar a Nossa Senhora de Fátima, Deus a abençoe! É verdade daqui a 4 anos fará 100 anos que a Nossa Senhora escolheu portugal para se manifestar e trazer-nos a mensagem do nosso Bom Deus! Será que o terceiro segredo de Fátima está relacionado com o nosso jardinzinho à beira-mar plantado? Esse é o meu sonho...

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  4. Olá, Maria Joaquina!

    Amiga, estou de volta, para continuarmos os nossos debates.

    Boa semana de trabalho

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  5. Lenny!!! Que bom que está de volta, minha cara! Já estava com saudades suas :-)
    Um enorme abraço

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