O Que Esperar de 2013?

Natureza morta com rato e vela de Willem van Aelst

Primeiro, as nossas orações são dirigidas à família e amigos da jovem, vítima de violação colectiva na Índia, que desencarnou no sábado passado. Podemos ver a alma de um Povo quando uma nação inteira cancela as celebrações do Ano Novo para estar de luto por um concidadão e, reflectir acerca do que querem para o seu país e como é que as coisas deveriam ser. O povo Indiano decidiu que a partir de 2013 tudo será diferente; por isso digo-lhes: força, Tigre!

Feliz 2013!

O que podemos esperar este ano?

Depois de ler acerca da mensagem de Ano Novo da chanceler Merkel, eu diria que poderemos esperar ver uma europa ainda mais politicamente confusa. Concordo com ela quando afirma que a crise da dívida da zona-euro está longe de estar resolvida (porque, convenhamos, os PIGS...Franceses não têm disciplina fiscal nem estrutural para resolverem rapidamente esta situação; para além disso, falta-lhes imaginação política. Até se organizarem, irão arrastar os outros países da zona-euro com eles, porque os especuladores estão a voltar a enterrar os seus dentes na Euro-porchetta).
Seria interessante se o governo da Grã-Bretanha pudesse prestar mais atenção à sua política social. Os meus olhos e ouvidos, na comunidade Africana em Portugal, informaram-me que a palavra que rola nas ruas é: vai para Inglaterra, faz um filho, tem-no lá e terás uma casa, mais subsídios. Há Brasileiros, em Portugal, que também estão a ouvir isto e estão a partir para a GB para tentar a sua sorte. Dado que a despesa pública Britânica é dominada pela Segurança Social (ver Aqui), eu diria que dar esta dica ao governo de sua Majestade é fazer a coisa certa (N.B: desta vez, esta dica é de graça, PM Cameron).

Os EUA, apesar do espectáculo do abismo fiscal, deverão começar a sua jornada em direcção à reconquista da sua hegemonia. A América foi muito mais esperta do que a Europa, e suplantou-a, em vários aspectos nestes últimos 4 anos - porque os seus olhos e mente estavam postos nos lugares certos - e, deste modo, prepara-se para colher frutos mais positivos. Pelo que os EUA estão a mostrar, de novo apesar das lutas internas, poder-se-ia dizer que está a aprender com os seus erros do passado. A propósito, penso ter sido uma jogada inteligente a colocação de soldados em 35 países Africanos, este ano.

O Médio Oriente não verá paz este ano. A Síria, após a queda de al-Assad, irá provavelmente passar por uma fase de reconstrução terrível (o que é natural após uma revolução) com sérias lutas pelo poder: grupos como al-Nusra irão confrontar grupos seculares e convencer os Sírios de que o Islamismo é a solução para todos os seus problemas (i.e. irão exercer o Da'wa para comprar votos).
O Irão irá eleger um novo presidente e, como nenhum dos candidatos está a dar mostras de mudança, o país irá sofrer as consequências da sua teimosia política e nuclear.
A Palestina permanecerá um "estado" sem estado devido à falta de liderança e à ingerência nos seus assuntos internos por parte de forças exteriores (i.e. Irão). Não obstante, o Hamas ultrapassará a Fatah e representará uma verdadeira ameaça política ao partido pseudo-secular. Tudo está prestes a tornar-se mais interessante.
A soberania real da Jordânia está sob ameaça. O rei Abdullah II deveria prestar ainda mais atenção, ainda que eu compreenda a complexidade por detrás do seu reinado. Seria vantajoso forjar alianças como deve de ser, sem receio da represália Árabe; mas será que o Rei e a sua corte têm coragem para fazê-lo? O Rei deveria também pensar em verificar se o seu Palácio não precisa de uma limpeza...

2013 será um ano interessante e estou ansiosa pela experiência bloguista deste ano. A Série Maxiavelli continuará; o Médio Oriente continuará sendo o nosso ponto quente; o Ocidente permanecerá sendo o nosso primeiro amor; África terá a nossa atenção e pretendemos conhecer um novo amigo: Ásia.

Bem-vindos à versão de 2013 do +Etnias: O Bisturí da Sociedade !

Comentários

  1. Olá, Max!
    É de uma irresponsabilidade gritante, dessas pessoas que, vão delapidar, o erário público da Grã-Bretanha.
    Algumas pessoas têm reformas de €2.000 em Portugal e mesmo assim, vão tirar o pão de quem pode vir mesmo a precisar; bom não estão a praticar uma ilegalidade, o sistema Inglês permite; é só uma imoralidade gravíssima; c'est tout...

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    Respostas
    1. Olá Lenny :D!

      Não é? O mais chocante é que passam a palavra como se fosse uma corrida ao ouro em Inglaterra. Como se a vida em Inglaterra fosse fácil (para quem não reúne certas condições).

      O quê? Quem aufere €2.000 em Portugal vai para a GB fazer o mesmo? Não sabia...estamos sempre a aprender coisas novas.
      O governo Inglês deverá mesmo prestar atenção e talvez corrigir o seu sistema.

      Lenny, obrigada pelo teu comentário fabuloso :D.

      Beijocas

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