Cortes na Defesa e Segurança : erro crasso?

A Batalha (detalhe) de Albrecht Altdorfer
Em vários países, os discípulos da Esquerda tendem a apelar a severos cortes na defesa, como solução para o desequilíbrio orçamental. 
Por razões que me ultrapassam, investir na defesa e segurança é mal visto (como se as liberdades e garantias estivessem a perigo); tudo para que as verbas sejam canalizadas para aquilo que é considerado um assunto mais premente: subsídios. 

O exército, a secreta militar, os serviços secretos, a polícias judiciária e as forças de segurança (em geral) empregam, directamente, muita gente. Por sua vez, estas forças empregam indirectamente imensas pessoas através de empresas ligadas ao ramo militar e, através das companhias que fornecem essas mesmas empresas e por aí em diante.
Pessoas empregadas, nação segura. Impostos pagos, nação mais rica. I&D militar, nação segura, que faz trocas comerciais e enriquece...
Posto isto, investir na defesa pode ajudar a resolver algumas questões sociais e económicas; logo, os políticos que usam a defesa como instrumento para exercer a demagogia (e têm sucesso em fazer com que o governo faça cortes na defesa) provam que não analisaram, a fundo, a questão.

Será sensato cortar na defesa & segurança (D&S)?
Diminuir o orçamento da D&S pode ter duas desvantagens:
  1. Dar a impressão de vulnerabilidade nacional (ex: terrorismo, tanto interno como externo).
  2. Transmitir a ideia de permissividade social (ex: delinquência, anarquia, tumultos sociais). 
Em tempos de crise, é fácil cair na tentação de querer cortar na defesa; contudo, fazê-lo não tem lógica alguma (já para não falar no perigo que representa), porque a tensão económica leva ao descontentamento social, que por sua vez aumenta as probabilidades de motins, actividade criminal e ataques terroristas (e não nos esqueçamos que cortes podem equivaler a despedimentos [em todos os departamentos e em todas as indústrias relacionadas com a defesa], o que só iria piorar a crise social). Uma D&S bem financiadas ajudará a placar qualquer actividade que nos possa empurrar para uma comoção económica, social e política. 
Em tempos de prosperidade, a D&S deve estar munida de um orçamento confortável de modo a que possa instalar laboratórios de I&D, afim de produzir bens para se melhorar ou para vender (como forma de auto-financiamento; contribuindo, assim, para o decréscimo do défice orçamental) e, para se preparar (i.e. logística e estratégia) para uma eventual intervenção bélica.

Uma nação como Israel não se pode dar ao luxo de cortar na defesa. Uma nação como os Estado Unidos não se pode dar ao luxo de fazer cortes na defesa. Uma nação como Portugal (um membro da NATO, pobre em tecnologia e I&D militares) dever-se-ia sentir super envergonhada por não investir mais na defesa. Deveria a Índia fazer cortes na defesa (agora que procura modernizar as suas forças armadas para poder resolver os seus problemas de segurança e cimentar a sua posição estratégica)?

Não ter uma Defesa Nacional sólida é prejudicial para a Segurança Interna e a Estratégia Política. 

Qual a tua opinião; cortes na defesa e segurança: erro crasso ou não?

Comentários

  1. O governo anterior no Brasil, tinha interesse em enfraquecer as forças armadas mas não por economia e sim por interesses políticos. Os militares começaram a participar de ações em outros países para melhorar o salário, como é o caso do Haiti. No governo Dilma, a revitalização das forças armadas é evidente e não há mais necessidade de enviá-los para fora e por isso os que estão lá fora, estão retornando.
    Não vejo com bons olhos o corte no orçamento da defesa e segurança de qualquer país, o que deixa o país exposto e a população desprotegida. Melhor seria cortar o orçamento da máquina pública. Alguns países visados, como os EUA gastam muito para se protegerem, afinal, não podem prever um ataque e o risco de guerra é muito maior.
    Boa semana! Beijus,

    ResponderEliminar
  2. Olá Luma :D!

    "O governo anterior no Brasil, tinha interesse em enfraquecer as forças armadas mas não por economia e sim por interesses políticos. Os militares começaram a participar de ações em outros países para melhorar o salário, como é o caso do Haiti."

    Se calhar o pensamento foi: tirando o poder às forças armadas, enfraquece-os e, logo, terão menos chances de pensar em voltar ao poder (como no passado, não é?.
    Mas mesmo assim buscaram formas de se financiarem, huh?

    "No governo Dilma, a revitalização das forças armadas é evidente e não há mais necessidade de enviá-los para fora e por isso os que estão lá fora, estão retornando."

    O governo de Dilma parece ter uma abordagem mais inteligente.

    "Não vejo com bons olhos o corte no orçamento da defesa e segurança de qualquer país, o que deixa o país exposto e a população desprotegida."

    Absolutamente.

    "Melhor seria cortar o orçamento da máquina pública. Alguns países visados, como os EUA gastam muito para se protegerem, afinal, não podem prever um ataque e o risco de guerra é muito maior."

    Esse é que é o problema: a máquina pública! Mas quem é que está interessado em perder o tacho? Olha, Portugal está a tentar diminuir a máquina pública e olha lá os problemas que enfrenta. O mesmo acontece com os Estados Unidos...é complexo.
    Concordo.

    Luma, muito obrigada pelo teu super comentário :D.

    Beijoss

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

O Etnias: O Bisturi da Sociedade™ aprecia toda a sorte de comentários, já que aqui se defende a liberdade de expressão; contudo, reservamo-nos o direito de apagar Comentos de Trolls; comentários difamatórios e ofensivos (e.g. racistas e anti-Semitas) mais aqueles que contenham asneiras em excesso. Este blog não considera que a vulgaridade esteja protegida pelo direito à liberdade de expressão. Cumprimentos