O Precedente da ONU

Emblema das Nações Unidas

Apoiar ou não apoiar, eis a questão.
A candidatura Palestiniana para reconhecimento do seu Estado na ONU está marcado para o dia 20 de Setembro.
Desejo o melhor para o novo Estado da Palestina: a Faixa de Gaza.

Contudo, não estamos aqui para discutir o sucesso do vindouro pedido de reconhecimento na ONU. Estamos aqui, sim, para pensar acerca das portas que o pedido da Palestina, junto da ONU, abre para outras futuras nações.

Apoiar ou não apoiar, eis a questão...Espanha & França apoiam.
O País Basco é uma região situada a Norte de Espanha e Sudoeste de França. A sua cultura e língua, euskara, em nada são similares à Espanhola e Francesa. Os Bascos já existiam muito antes da Espanha e França existirem (reza a história que as tribos Bascas existem já desde o Paleolítico). Guerras e ocupações sucessivas deram à luz o nacionalismo Basco, no fim do século XIX. Desde então, os Bascos buscam a independência (a ETA - um grupo terrorista - nasceu dessa busca, em 1959). Este ano, a ETA renunciou à violência para buscar a independência e o reconhecimento por vias mais democráticas. Convidou a Espanha para a mesa de negociações - até agora, a Espanha tem recusado. Este comportamento lembra-vos alguma coisa? O ocupador recusa-se a negociar uma solução pacífica com os donos originais da terra (os ocupados). Talvez seja por isso que o Governo Espanhol apoia o vindouro reconhecimento de outro ocupador na ONU. Quanto à França: sem comentários, por agora...
O País Basco deveria organizar-se como deve de ser e eventualmente deveria procurar unilateralmente o reconhecimento do seu Estado na ONU.

Apoiar ou não apoiar...China apoia.
É sobejamente conhecido que o Tibete é uma nação ocupada, ainda que a China afirme que a ocupação "não seja mais que ficção criada pelos imperialistas que cometeram agressões contra a China na história moderna". A Administração Central Tibetana (ACT, uma instituição, sediada na Índia, que visa "reabilitar os refugiados Tibetanos e restaurar a liberdade e felicidade no Tibete") diz que a República Popular da China (RPC) tem vindo a inundar o Tibete com imigrantes para assim mudar "a maquilhagem demográfica" do Tibete - esta estratégia assemelha-se a qual?
A China agarra-se, tal qual uma lapa, ao Tibete porque o plateau Tibetano é rico em depósitos minerais (avaliados em $128 mil milhões), tornando a China independente de importações de minerais estrangeiros. Mesmo assim, nas palavras da ACT "a administração Chinesa [do Tibete] é uma ocupação militar ilegítima".
O Dalai Lama retirou, dos estatutos, a sua posição como autoridade da instituição e, agora os Tibetanos exilados podem eleger democraticamente o seu Kalon Tripa (equivalente a um PM). Este passo sugere que o Líder Espiritual Tibetano deseja colocar em prática uma espécie de separação Igreja-Estado, para que a ACT possa melhor abordar a questão Tibetana no palco internacional. Aquando da completação da sua organização e estratégia, a ACT deveria buscar unilateralmente um reconhecimento do seu Estado na ONU.

Realmente, a vindoura candidatura Palestiniana na ONU abre imensos portões a outras nações-em-espera. O precedente que a Fatah está a abrir, eventualmente, levar-nos-á a ver um Tibete e País Basco Livres: obrigada, Palestina!

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