Se só tivesses 24 horas para viver...

Tobias Cura a Cegueira do seu Pai de Gioachino Assereto

Esta semana será abordada uma questão clássica: 

“Se só tivesses 24 horas para viver, o que farias?”

I
Se alguém me revelasse que só teria um dia para viver, imagino que a minha primeira reacção (nem que por um segundo) fosse a de entrar em pânico.
Provavelmente a minha segunda reacção seria pensar em todas as coisas que não fiz, que não disse; em todas as coisas que não tive a oportunidade de adquirir; em todos os lugares que não pude visitar etc. A minha terceira reacção, possivelmente, seria a de me perguntar (consciente ou inconscientemente) se teria cumprido tudo aquilo para o qual fora enviada.
De qualquer forma, a reacção instintiva de qualquer indivíduo normal seria a de se colocar questões complexas, cujas respostas tomariam demasiado tempo a produzir e o tempo está a passar...

II
Se uma pessoa me profetizasse que só teria 1.440 minutos para respirar, imagino que a minha primeira reacção (ainda que por um rápido segundo) fosse a de entrar em pânico. A seguir inspiraria e expiraria 3 vezes (subtraindo, assim, minutos áqueles que me restavam ainda) e começaria a pensar. A minha segunda reacção, provavelmente, seria a de recordar todas as coisas feitas e não feitas, ditas e não ditas, e esclarecidas; todos os erros por corrigir; toda a porrada que não pude dar; todos os lugares que não pude visitar etc. A minha terceira reacção, possivelmente, seria a de conscientemente me perguntar se havia cumprido a minha missão na terra.
De qualquer maneira, a resposta instintiva de um ser complexo, seria a de observar a sua atitude durante toda a sua existência; calmamente julgar e condenar-se a si mesmo enquanto espera que a Morte venha recolher a sua Alma. 

III
Se uma ser humano vaticinasse que somente viveria por mais 86.400 segundos, imagino que a minha primeira reacção fosse a de entrar em pânico.
A minha segunda reacção seria rever toda a minha viva num flash, e lembrar-me de tudo aquilo que não fiz ou disse; lembrar-me das pessoas que amei; do tempo que desperdicei; das coisas que não comprei e dos lugares aos quais não fui; para chegar à conclusão que não tenho tempo para me arrepender do que quer que seja: há muito a fazer. 
Na minha busca de viver ao máximo nos poucos segundos que me restam, começo a pôr o pé na poça: cruelmente digo a verdade às pessoas (afinal, qual o mal? Vou morrer); começo a maquinar e a executar vendette irracionais (enquanto me convenço de que não são vinganças, mas sim o resultado de acção-reacção); desperdiço todo o meu dinheiro em coisas insignificantes (ganhei-o, por isso, para quê levá-lo para a cova?); surpreendo de forma negativa aqueles que me amam ao ser tão displicente, tão ominoso, tão coercivo.
O relógio não pára...a gadanha ceifa-me e, os meus entes queridos não se lembrarão das boas coisas acerca de mim, somente das más...

As minhas três respostas reflectem a complexidade que rege muitos Seres Humanos...mas estou mais interessada na tua resposta a "Se só tivesses 24 horas para viver, o que farias?".

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