Apartheid e o Oposto

Imagem do Apartheid retirado do Google Images

Divisão entre 2 povos: Povo A e Povo B.
O Povo A é considerado superior em relação ao Povo B.
O Povo B não pode urinar, nem defecar, nas mesmas casas de banho que o Povo A.
Os Bs têm de andar na parte de trás dos autocarros, separados dos As. Os Bs e os As não podem fruir da natureza juntos (as praias e os parques estão divididos em dois) e não podem copular (os As não devem gostar de Bs). Os restaurantes não servem o Povo B. O Povo A entra nos recintos pela porta da frente, enquanto que o Povo B entra pela porta de trás. As mulheres do Povo A e B dão à luz em enfermarias separadas. O Povo A tem as suas próprias escolas, e o Povo B as suas. Se o Povo B tiver um bom carro, uma boa casa e levar uma boa vida, a polícia (pertencente ao Povo A) perguntar-lhe-á a quem roubou para obter aquelas coisas; os polícias espancarão o B, humilhá-lo-ão, prendê-lo-ão; torturá-lo-ão (se do sexo feminino, será ainda violada) e, se as coisas piorarem: os agentes fascistas matá-lo-ão.
Isto é o apartheid.

A divisão entre dois povos: os dois filhos de Abraão.
No Ocidente (apesar de toda a simpatia e apreço pelo seu poder económico), os dois são praticamente considerados uma escumalha: o filho mais velho tentou conquistar a Europa e foi expulso; o mais novo foi perseguido e executado como gado.
O segundo filho de Abraão era dono da Terra. Mas depois, foi forçado a exilar-se, nutrindo a esperança de um dia voltar a casa. O primeiro filho toma o território do seu irmão, acreditando e desejando que aquele nunca mais voltasse. Contudo, para seu desapontamento, o segundo filho voltou para reclamar o que era seu. Gera-se tensão entre os dois. Lutam pelo mesmo activo. O seu padrinho parte a propriedade e confere a cada um dos irmão o seu bocado. O rapaz mais velho rejeita a oferta; o mais novo modestamente aceita a partição daquilo nunca deixara de ser seu. A tensão continua, mas os dois irmão vivem juntos: o mais novo dá emprego ao mais velho. Juntos, multiplicam os activos (um administra, o outro executa); cada um deles vai à casa de oração que mais lhe convém; andam nos mesmo autocarros (apesar dos ataques terroristas perpetrados pelo irmão mais velho); comem no mesmos restaurantes se assim o desejarem; os seus derivados copulam uns com os outros (se desejarem); as suas crianças andam nas mesmas escolas; desfrutam  da natureza juntos; recebem cuidados nos mesmos hospitais; dão à luz lado a lado; são representados no parlamento e experienciam a democracia (com todos os seus defeitos).
Isto não é apartheid. 

Comentários

  1. Ótimo comentário sobre o que é o real apartheid e o que são as diferenças do dia a dia.

    Somos todos diferentes, apesar de filhos de uma mesma origem. A convivência com respeito é a chave para a verdadeira liberdade entre os povos.

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  2. Oi Zahta :D!

    Obrigada *vénia*!

    Concordo contigo :).

    Zahta, obrigada pelo teu comentário!

    Um abraço

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