Coisas que importam




Dedico este artigo à Lady M.

Nascemos: somos nutridos pelas nossas mães, apaparicados por elas, mimados a toda a hora…sob o nosso ponto de vista: a vida é perfeita!
Crescemos: a vida já não parece assim tão perfeita…”Mãe, compras-me aquele brinquedo?” “Não!”…você sabem como é! (a nossa ignorância pueril não nos permite compreender a relevância de ver negados alguns dos nossos desejos).
Tornamo-nos adolescentes: “responsabilidade” é a palavra de ordem, e começamos a pensar que os nossos pais nos condenam à escravatura (“faz isso...faz aquilo!” “Nem penses em sair antes de acabar as tuas tarefas!” etc); apaixonamo-nos, damos de caras com a rejeição, desgostos amorosos, adaptação, irresolução, incertezas, inseguranças, imaturidade, curiosidade...as hormonas a toldarem o nosso pensamento...
Tornamo-nos adultos: a incerteza e a insegurança podem continuar a fazer parte da nossa vida (em alguns casos, até a imaturidade). Contudo, depois dos 25 anos começamos a analisar a nossa existência, planeamos o nosso futuro e, revemos a nossa postura perante a vida. Agora, a responsabilidade torna-se uma palavra com um peso, e significado, reais: trabalho, casa, carro, (mais tarde) casamento, filhos, escola…poupanças, prestações, empréstimos, hipotecas, Impostos, Caixa...o que fôr!

Isto acontece em todo o mundo: de Norte a Sul, de Este a Oeste!
Mas eu pergunto: quais são as coisas que realmente nos ligam uns aos outros? Que coisas levam à concatenação dos nossos pensamentos e preocupações?
A minha resposta é:

  • Amor: este é uma sentimento que desconhece limites, sejam eles etários, raciais, religiosos ou intitucionais.

  • Respeito: a consideração mais apreciada em qualquer cultura.
  • Compaixão: um sentimento reconhecido por toda a gente. É um instrumento que conforta a alma.

  • Generosidade: deveria estar presente em tudo aquilo que fazemos. Por exemplo, quando criticamos alguém devemos fazê-lo com generosidade (a intenção da crítica deve ser a de ensinar a pessoa, a de ajudá-la a melhorar-se), quando discutimos com alguém devemos ser generosos (tendo em mente a razão pela qual estamos a discutir, e ao mesmo tempo respeitando o adversário).

  • Simpatia: uma qualidade que aproxima as pessoas. Quando uma pessoa é simpática por natureza (sim, porque há aquelas que o são com um propósito) a vida parece ser mais generosa para com ela.

  • Família: a nossa primeira escola. A família é um pequeno reflexo da sociedade, uma vez que nos indica os instrumentos necessários para gerir a vida – recusas, desapontamento, rejeição, frustração, discussões, conquistas, competição, união, felicidade...violação da democracia (e em algumas famílias, invasão de privacidade).

  • Amizade: mais preciosa que ouro, não obstante, mais rara que diamantes. Todos temos, pelo menos, um bom amigo na vida (refiro-me a amizades extra-família), que devemos preservar com todas as nossas forças. Saint-Exupéry disse, e muito bem “Somos responsáveis por aqueles que cativamos”.

  • Frustração: nada agradável; mas ainda assim representa o nosso cimento. Assim que aprendamos a gerir as nossas frustrações, estas torna-se-ão um escudo contra as adversidades.


Estamos tão embrenhados na nossas questões pessoais, ambições, dúvidas, indagações, acções e conversas infrutíferas que nos esquecemos das coisas que realmente importam: amor, respeito, compaixão, generosidade, simpatia, amizade e família.

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